A Oficina Libertária Alfredo López (“Taller Libertario Alfredo López”) é uma coletividade que tem por propósito promover a auto-organização libertária da sociedade sobre a base da autonomia, da equidade, e da eliminação da exploração econômica.
Consideramos que a liberdade social plena só poderá fundar-se no trabalho comum, no acordo explícito, e no apoio mútuo, e não é compatível com nenhuma variante de monopólio sobre a tomada de decisões sociais ou sobre as fontes de bem estar coletivo, o qual inclui claro a incompatibilidade da liberdade social com a apropriação privada do trabalho alheio sob a forma salarial, seja em sua variante de negócio privado, ou bem a das corporações anônimas, ou inclusive a de qualquer tipo de “Estado bem feitor”.
Isso significa nosso rechaço explícito ao capitalismo sob qualquer de suas formas, ao sistema salarial, e à mais valia.
Do mesmo modo, rechaçamos e rechaçaremos o desamparo dos que trabalham nas empresas privadas atualmente existentes em Cuba – que emerge no seio da atual transição ao capitalismo privado, promovida desde a oficialidade -, a explicitação das diversas discriminações lesivas à dignidade humana, e a ausência de garantias sócio-políticas para o exercício do protesto e da greve por quem trabalha em qualquer setor da economia.
Não é o capitalismo privado o remédio para os problemas de Cuba e os do mundo de hoje, como nenhuma outra variante de capitalismo o é tampouco.
Estas posturas foram explicitadas por nossa Oficina em numerosas ocasiões, nos mais diversos meios e espaços.
Ademais, nossa Oficina Libertária Alfredo López se orgulha de ter sido um dos coletivos fundadores da Federação Anarquista da América Central e do Caribe, à qual nos honramos em pertencer e no seio da qual atuamos de conjunto com outras coletividades e pessoas livres, igualmente anti-capitalistas e anti-autoritárias, de muitos rincões de nosso Continente.
Nossos conceitos de anarquismo e de anti-autoritarismo incluem o respeito a quaisquer opiniões filosóficas, políticas e econômicas, e defendemos firmemente o direito à liberdade de expressão.
Mas o exercício de tal direito implica o dever da transparência, e nos corresponde aclarar que os que integramos esta Oficina temos o consenso sobre o antes exposto, o qual nos faz completamente alheios a qualquer propostas anarco-capitalistas, quer dizer, aquelas que presumem a compatibilidade entre a possibilidade de uma sociedade sem Estado e a permanência do regime econômico da apropriação privada do trabalho coletivo, sob a forma da mais valia. Não cremos na fatibilidade de tal “empresa”, e colocamos bem claro nossa distância a respeito do anarco-capitalismo em qualquer de suas formas, em especial as promovidas pelos Institutos Ludwig von Mises e – em Cuba – pelo auto-denominado Partido Libertário Cubano José Martí, do qual não fazemos parte.
O mais radical anti-capitalismo é e será um dos pilares críticos e construtivos de nosso coletivo e de suas propostas para Cuba, as Américas e o planeta.
POR CUBA LIVRE E LIBERTÁRIA!
Oficina Libertária Alfredo López
Tradução > Sol de Abril
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!