Segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Ao Povo Nação Mapuche, À opinião Pública.
Decidi dar fim à greve de fome devido à crescente mobilização Política e Social Mapuche e seus simpatizantes, sobretudo das Comunidades, suas Autoridades Ancestrais, Anciãos e famílias Mapuche. Ademais das diferentes cerimônias realizadas para ajudar a fortalecer meu processo e bem-estar espiritual que já vem sendo corrompido ao estar privado ilegitimamente da liberdade. Agradeço também o acompanhamento e pedido de Organizações Sociais e de Direitos Humanos, como Nora Cortiñas, Mães da Praça de Maio Linha Fundadora, APDH regionais e Nacional, AADI, entre tantas outras.
A união de todas estas forças conseguiu resguardar provisoriamente a Pu Lof em Resistência Departamento Cushamen e que se retirasse do lugar um coletivo e caminhonetes da Gendarmeria [Polícia Nacional]. Mas a perseguição continua com a Polícia Provincial e Federal que transita de maneira permanente no lugar.
Me sugeriram mais de uma vez aliviar o discurso e negociar, mas não Trairei jamais a Memória nem o Mapuche Rakizuam. Também me pediram que os comunicados sejam mais curtos, sintéticos, mas de que outra maneira poderia publicar Análises contextualizadas e aprofundar nossa posição e Proposta Política com os Argumentos necessários, é parte da luta contra a Alienação e Incentiva o Esforço Intelectual.
É necessário aclarar e pôr as coisas em seu lugar, explicar os porquês, os como, os onde, os quando.
Todos queremos que apareça Santiago Maldonado, que não é o primeiro desaparecido na democracia nem o primeiro desaparecido no contexto da luta mapuche, a diferença que existe é que foi um Companheiro Solidário e não um de nós. Triste é Assumir que como dissera Galeano somos “Os Ninguém, que valem menos que a bala que os mata”.
Santiago “El Lechu”, “El Brujo”, era amigo de alguns peñi [irmãos] e lamgen [irmãs], um militante com tendência Anarquista que chegou igual apesar da negativa de Aceitar apoio físico de Gente não Mapuche no lugar, o que não tira seu Valor e Entrega Solidária pela causa dos Oprimidos. Isto não quer dizer que nós sejamos anarquistas, Só somos Mapuche.
O do Weney Plangche (Amigo Branco), poderia haver ocorrido a um pescador, um turista, um jornalista ou a qualquer homem que houvesse estado ali apoiando, ou casualmente e não saber nada. Foi caçado pela Gendarmeria sob o comando de Noceti em conjunto com a polícia de Chubut, confundindo-o com os peñi. Ele chegou no contexto das Mobilizações para a liberdade e não extradição, solidário com um Processo e Proposta Política, que desenvolvem Pu Lof (comunidades) da Comarca Andina, de Cushamen, de Nahuel Huapi, Meseta, entre outras, alinhadas ao MAP, processo combatido pelo estado argentino em defesa das Transnacionais e Estancieiros.
Os Mapuche Revolucionários do KUIFI RAKIZUAM não lutamos contra a estrutura do estado senão contra o Capitalismo Terratenente e Transnacional, mas são os estados através de seus governos neoliberais que escolhem proteger a seus donos a custa do sangue Nativo, Obreiro e Popular. Sob estes governos os Movimentos Sociais e o Conjunto de Povos Oprimidos, somos perseguidos, reprimidos, encarcerados, difamados e até desaparecidos.
A Cultura não é folclore, compreendemos a Cultura como forma de Vida, é a base de Nossa Revolução desde onde se propõe a Reconstrução do Mundo Mapuche como Caminho à Liberação Nacional, é uma Luta Social e Política, o inimigo são as transnacionais, grandes terratenentes. O poder formal nunca foi o Poder Real, a História da Humanidade tem sido desde a Origem do Ocidente, a Luta entre Opressores e Oprimidos; esta luta Transformou desde sempre as Sociedades, é a base do Progresso e das Revoluções. O Medo não deveria estar neste Fenômeno senão na Perpetuidade e estancamentos de Sistemas Autoritários, Repressivos, Antinaturais e Desumanizados.
As Revoluções (Transformação Radical da Realidade) são possíveis e necessárias, Todos estes processos são primeiro Culturais e portanto Ideológicos, desenvolvendo-se em Guerra de Ideias (Política) e sua Materialização. As Armas principais de Nossa Luta são as Armas da Política e Nossa Cultura Milenar, esse é o Arsenal ao qual temem, claramente tem Medo ao Debate e a perder seus privilégios, por isso queimam Livros e produzem mentiras midiáticas como parte da Guerra Psicológica e Manipulação das Massas.
Desde Nossa perspectiva um ponto fundamental é o desenvolvimento do Debate interno e a prática de Propostas Políticas sob a Lógica e Normativa Mapuche.
Somos Profundamente críticos de organizações como a Confederação Mapuche Neuquina e a Coordenadora do Rio Negro, mas estamos dispostos a um Diálogo Fraterno com todos os Atores Políticos Mapuche no PuelMapu, principalmente com as Comunidades Rurais e seus Representantes, o que não estamos dispostos é Tratar com Corruptos e Mentirosos a menos que se retratem e reconheçam suas faltas. Lhes peço que antes de emitir opiniões se aproximem às Lof para dialogar e deixem de fazer médias com Gringos Oligarcas e ONG’S.
Queremos a Unidade da Nação Mapuche mas não negociamos nossos Princípios, somos críticos e Autocríticos, lhes pedimos Honestidade aqueles que, foram financiados e corrompidos. Aos Cushameneros, Maiteneros, aos parentes, desculpas sé é certo que houve algum mal entendido ou problema gerado pela disputa com os ricos. O que pode ser solucionado entre nós assim será, mas não podem sustentar mentiras nem calúnias. Aos feirantes que se encontram em condições escravizantes reclamem seus direitos; lhes peço aos Cushameneros e Maiteneros conscientes que já não temam e se pronunciem também.
O corrupto ladrão puntero Antonio Fermin não representa mais que o seu bolso, Rudecindo Calfupan é o Avô de alguns “Subversivos” e foi companheiro de trabalho de meu avô no tempo dos ingleses, em dezembro apoiava a recuperação, até que outra vez lhe deram a volta como meia suja os Grupos Mafiosos da Benetton.
Oscar Currilen intendente mafioso, um dos implicados no Assassinato do avô de comuneiros da Recuperação e de Cushamen. As pseudo comunidades do governo inventadas faz 2 meses por Sofia Millañir não deveriam ser levadas a sério por ninguém.
A recuperação de Terras em Leleque – Vuelta del Rio é um processo de várias Lof que entram e saem e algumas que estão em forma permanente por isso é Pu Lof e é para todas as Lof da zona, incluídos os detratores, incluído gente de Vuelta del Rio, de Cushamen centro, entre outras, mais além das comunidades jurídicas e a opinião de seus respectivos “Presidentes” (?).
Evaristo Jones é meu tio Avô, deem-se conta que os ricos nos querem enfrentar entre família. Os puesteros deveriam, ao menos alguns deles, reconhecer não só haver sido ameaçados pelos ricos, senão também haver sido responsáveis de vários fatos contra sua própria gente, mentir e logo fazerem-se de vítimas.
É necessário descolonizar-se e desenvolver processos de Revolução Política e Social acordes a cada Povo e Território.
Mais além das diversas Tendências e Táticas da Luta Política dentro de Nosso Povoado, deveria ser uma das demandas Urgentes e Unificadoras de todas as Organizações e Lof, a exigência de Reconhecimento do Conflito Político Histórico com a Nação Mapuche, esta demanda deveria abarcar tanto a Reformistas, como Revolucionários, é algo tão Profundo e Abrangente como o Conceito de Nação e a Luta Histórica de Território e Autonomia.
A Luta por Nossa Reconstrução e liberação é urgente na Resistência e Prolongada na vitória, não apontamos a construir nenhum estado por que o estado é uma forma dos Winkas [não indígenas] para submeter Povos e não somos Winkas para submeter nem ser submetidos. Respeitamos aos Povos Oprimidos, Originários e Novos, mas entre todos devemos construir Sociedades sem Exploração nem Opressão, mas isso não pode suceder sem respeito por quem temos vivido aqui desde sempre.
Aos grupos Anarquistas, da Esquerda, Peronistas e Populares, atuem, Organizem-se, debatam, lutem, combatam, sejam consequentes com vocês e seu povo, mas não paternalistas, Respeitemo-nos na diferença, não nos digam como lutar, e lhes peço que pensem o que haveriam feitos os Durruti, Lenin, Fidel ou Walsh ante tais injustiças.
A democracia, apesar de ser desde seu nascimento na Grécia, um sistema com Cidadãos Livres e Escravos, tem sido o menos desumano construído até agora pelo Ocidente, e é responsabilidade da Sociedade seu melhoramento ou Transformação.
As Revoluções nunca foram Aventuras nem jogos de criança, a Violência existe sobre nós desde que Oprimiram a Nossos Antepassados, e desde que nascemos; e até os Pacifistas tiveram como consequência que suportar violência, cárcere, tortura e morte.
Os Ricos nos querem enfrentando entre Pobres e entre Povos, para manter seus privilégios, Basta de Violência entre os de Baixo, Apontem para os de Cima, ao rico lhe dói mais perder dinheiro que empregados, e nós sua mão de obra devemos tomar tudo o que nos pertence por Origem e porque somos a Força de Trabalho.
Os convido a conhecer o porquê da Evolução da Repressão Política desmedida e o que Santiago chegou a Apoiar:
Projeto Político: http://ow.ly/9wbk30eyWJ6
Dois Mundos Opostos: http://ow.ly/vhVt30ez8Yg
Chamo aqueles Gendarmes e Policiais ainda Humanos, a abster-se de reprimir e não enfrentar as Comunidades Mapuche. Também lhes peço que sejam sinceros sobre a Desaparição de Santiago. Se se dizem Nacionalistas enfrentem ao Imperialismo e as Multinacionais, não a seus Povos. Não temam em Rebelar-se à tirania do Governo e seus chefes.
Lhes peço a meus irmãos e irmãs Mapuche que assumam a Realidade, os winka esgotaram todas as vias diplomáticas e realmente, desde eles, nunca existiu uma vontade real para a Solução Política do Conflito. Como consequência disto é que existe a RAM, como pensamento espalhado em todo o PuelMapu (Território Mapuche do leste, dentro do que é Argentina).
O governo deve reconhecer que são eles os que romperam cada diálogo, O Juiz Otranto deveria reconhecer e denunciar as armações da Sociedade Rural, Das Neves e do Ministério de Segurança da Nação; não lhe temem os Mapuche, lhe temem ao Governo dos Ricos.
Aos Kona e Weichafe lhes peço que mantenham a firmeza, a combatividade e ética própria que nos caracteriza, não envolvam a civis, nem alheios ao conflito na confrontação, temos uma só Linha, não somos dementes como os Winka e seus Cães Uniformizados.
Desminto qualquer vínculo com Reynaldo Mariqueo (Mapuche Nation) e qualquer financiamento externo. Nosso sustento é o esforço próprio, é a Autogestão e inclusive o trabalho assalariado destinado na Militância. A Autonomia a Reconstruímos cada dia.
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!