Faz uns dias os membros da okupa Terra Incognita realizaram uma série de intervenções em Tessalônica, em solidariedade com os processados da luta antimineração em Calcídica, e em geral com os lutadores contra as extrações e o chamado desenvolvimento verde. Em vários locais do centro da cidade se colaram cartazes, se distribuíram volantes e folhetos, cujo texto publicamos nesta postagem.
À destruição do meio ambiente contestamos de maneira coletiva e agressiva, contra o Estado e o Capital
Durante os últimos anos a zona de Skuriés (noroeste de Calcídica) constitui o campo da confrontação política e do enfrentamento entre dois mundos: o mundo do Estado e do Capital, da barbárie capitalista e da reestruturação social e de classe violenta, e o mundo da sociedade local e dos movimentos solidários que lutam contra as extrações.
A criação de umas minas de ouro em Calcídica (e em todas partes) é uma obra que antes sequer de começar a funcionar deixou detrás dela terra queimada. As obras feitas pela maquinaria da empresa, assim como todas as instalações necessárias para o início das extrações, já destruíram o meio ambiente e aniquilaram a vida selvagem. A destruição será maior quando começarem as extrações, cujos resultados desastrosos serão visíveis desde territórios que estão fora de Calcídica.
Neste momento o Estado e o Capital estão realizando uma guerra de impressões e de negociações econômicas micropolítica, já que a Eldorado Gold ameaça retirar-se da zona. Sabemos muito bem que isto é uma grande mentira, dado que os investimentos realizados até hoje para as necessidades da obra constituem um fator proibitivo para retroceder.
Recentemente aconteceram batalhas em várias frentes contra o Estado e o exército de ocupação da Democracia, contra o Capital local e transnacional, e contra o exército de mercenários criado por Bóbolas [mega empresário grego], recrutando pessoas e dando-lhes trabalho nas minas. São umas batalhas que provocaram uma das maiores ondas de repressão da base social: Inumeráveis detenções, pessoas lesionadas em manifestações, ataques de policiais encapuzados nas casas dos habitantes de Calcídica, sequestros de habitantes destes povoados, tomada de mostras de DNA e criação de bancos de material genético, sem o consentimento das pessoas, 450 lutadores processados (alguns dos quais foram encarcerados no passado durante muito tempo). Durante os próximos meses se realizarão vários julgamentos coletivos (massivos) sobre assuntos que concernem a momentos da luta antimineração.
No próximo futuro se está preparando mais um investimento. Esta vez o investimento acontecerá no monte Saos de Samotracia. O projeto empresarial tem que ver com a criação de um parque eólico, com o pretexto do abastecimento de energia elétrica gerada de maneira alternativa, sobre a base do desenvolvimento verde e das fontes renováveis de energia. Na realidade não é nada mais que um negócio, cujo protagonista é Bóbolas. Brevemente, este investimento se realizará para conseguir subvenções e para cumprir com as normativas sobre a contaminação segundo a lógica do “desenvolvimento verde” que rege o funcionamento dos grupos empresariais (cada grupo empresarial pode contaminar até certo grau. Aumentando sua “atividade ecológica”, por exemplo parques eólicos, aumenta o nível de contaminação de suas fábricas). A única coisa que se dá por segura é que tanto a história dos parques eólicos instalados em várias zonas geográficas, como em geral o desenvolvimento capitalista, significam o saque e a mercantilização da natureza, em beneficio do Capital e não servindo às necessidades reais das sociedades.
Os núcleos do Capital local e transnacional atuam sobre a base de uma estratégia comum e central, a qual converte às sociedades em rebanhos controlados, em nome do lucro desenfreado. As resistências não podem ser isoladas e limitadas a lógicas localistas. Devem acabar com as lógicas gremiais e as motivações individualistas. Devemos agudizar as resistências sociais mediante a participação nos processos sociais e a conexão das lutas, sobre a base de uma estratégia anti-estatal e anti-institucional que se oponha na prática aos planos criminosos do desenvolvimento capitalista.
Nenhuma perseguição contra os que lutam contra as extrações. Solidariedade com os segmentos sociais que se opõem na prática à ofensiva do Estado e do Capital. Ação direta contra os planos criminosos do desenvolvimento capitalista.
Fonte e fotos: terraincognita.squat.gr.
O texto em castelhano:
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!