Quem melhor que aquelas organizações às quais pertenceram podem, ou devem interessar-se, por estas vítimas da repressão, além das famílias?
O grupo de trabalho “Recuperando la Memoria de la Historia Social de Andalucía” (RMHSA), da CGT-A, pediu no dia de hoje (06/10) a personificação em tudo relacionado com o processo de intervenção na fossa comum do franquismo “Pico Reja” do cemitério de San Fernando onde estão, ou devem estar, os restos do professor anarquista José Sánchez Rosa, enterrado em 31 de julho de 1936, após ser fuzilado nos muros do cemitério, junto a mais de um milhar de fuzilados, muitos deles anarcossindicalistas e anarquistas.
RMHSA se dirigirá, nos próximos dias à Direção Geral da Memória Democrática para comunicar-lhe a decisão tomada. A CGT-A se personifica no processo como “família ideológica” ao entender que o conceito ‘família’, segundo nossa concepção, não é um conceito restringido aos vínculos de sangue, senão extensíveis à convivência e identidade de valores e experiências vitais voluntariamente aceitas”.
Assim, entende que essa assimilação se fez em outros processos nos quais a “descendência sucessória” se aplicou para resolver, por exemplo, a devolução de bens apreendidos pelo franquismo pertencentes à organizações hoje desaparecidas mas com vinculações ideológicas e estatutárias reconhecidas. “Neste caso se aplicou a organizações, mas o argumento nos parece perfeitamente válido aplicá-lo às pessoas que são as que lhe dão conteúdo e identidade ideológica em suas práticas cotidianas”, mantêm.
Da mesma forma, a CGT-A considera que muitos desses fuzilados não contam, pela ausência de familiares, nos debates sobre a pertinência ou não do tratamento que devam ter seus restos “e portanto sua própria memória” e observa uma “certa simplificação” na informação sobre a abertura da fossa, com “transcendência pública e midiática”, centrada na figura de Blas Infante, cujos restos não foram demandados desde o âmbito familiar, ou ao menos a nós não nos consta. Quem melhor que aquelas organizações às quais pertenceram podem, ou devem interessar-se por estas vítimas da repressão?
Pelas razões anteriores e, tendo em conta que de José Sánchez Rosa é sobradamente conhecida, e documentada, sua militância anarquista, e que a CGT, em seus estatutos se vincula com o anarcossindicalismo histórico, solicita ser tida em conta sua presença no expediente de localização, exumação, identificação e tratamento dos restos humanos que começará em datas próximas e que consistirá, em primeiro lugar em: análise da documentação histórica, proposta de uma intervenção arqueológica, proteção preventiva, escavação arqueológica, limpeza superficial manual da fossa e da delimitação dos indivíduos, e emissão de informe final.
Também, em consequência, se pede ter acesso a toda a documentação que se gere no processo e que o grupo de trabalho seja ouvido em quantas decisões possam afetar à exumação.
Cecilio Gordillo
memoriahistorica@cgtandalucia.org
Fonte:http://rojoynegro.info/articulo/memoria/cgt-se-persona-la-petici%C3%B3n-exhumaci%C3%B3n-del-maestro-anarquista-jos%C3%A9-s%C3%A1nchez-rosa-fue-
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Frases compostas
no sol que passeia
sob minha caneta.
Jocelyne Villeneuve
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!