Na França, o mesmo “esquerdista radical” – recém “presidenciável” – Melenchon (que pelo visto, está mais para “mela cuecas”), que no segundo turno das últimas eleições apoiou “de forma velada” a candidatura do atual presidente Macron – de “centro” -, em nome da “luta contra a ascensão da extrema-direita”, agora convoca a/os franceses para protestarem contra a retomada da reforma trabalhista (por parte deste presidente que na verdade é um “homem dos grandes bancos”), já iniciada pelo governo anterior do Partido Socialista (do qual Melenchon foi membro durante décadas) encabeçado pelo ex presidente François Hollande (chamado por Lula e Dilma de “companheiro Hollande”).
Na Alemanha, Angela Merkel, de um partido tradicionalmente conservador, porém considerada uma “centrista” em questões sociais (a mesma Merkel sob a qual os níveis salariais da/os trabalhadores alemães só vêm caindo – segundo me revelou um anarcossindicalista da cidade de Freiburg in Bresgau – e cujo governo “acolhe” imigrantes e refugiados políticos em lugares que são praticamente campos de concentração “maquiados” – conforme eu presenciei um grupo de imigrantes e refugiados africanos denunciarem em um acampamento de protesto contra tais políticas, nas proximidades do Gorlitzer Park, em Berlim), ganhou pela quarta vez seguida as eleições para chefe do governo federal alemão (“chanceler”), também no contexto de uma disputa com o fantasma da extrema-direita.
Vale a pena lembrar aqui as últimas eleições gregas, onde o partido de esquerda “de novo tipo”, o Syriza, chegou à chefia do governo concorrendo com adversários conservadores e, após ter realizado um plebiscito nacional para sondar se a/os grega/os queriam ou não que se firmasse um novo acordo com os credores (leia-se: grandes bancos) da União Europeia e ter recebido como resposta “um grande NÃO” (“Oxi”), traiu seus eleitores, assinando o acordo por eles rejeitado via plebiscito e dando continuidade às políticas de austeridade que tanto vêm massacrando o povo grego desde o governo derrotado nestas eleições pelo Syriza.
No tabuleiro do xadrez das “democracias” a/os “dona/os do mundo” continuam se demonstrando a/os verdadeira/os “grãos mestres” e “dona/os do jogo”: nutrem “santa/os” e “demônios” e, desse modo, levam a/os incauta/os eleitores a “atirarem no que veem” e “serem acertada/os pelo que não veem”. De todo modo, ganham sempre “a/os de cima”.
E no Brasil: também se nutrem “santa/os” e “demônios” eleitoreira/os e, no contexto do medo do fantasma do fascismo verde (e amarelo), a/os “cidadãos” e “cidadãs” “avançadinha/os” pedem “diretas já” e militam pelo retorno do mesmo fascismo vermelho que deu os primeiros passos da reforma da previdência; se aliou ao agronegócio e às grandes empreiteiras em detrimento dos interesses de sem terras, indígenas e de populações tradicionais vivendo em áreas de mega construções; militarizou favelas; se “aconluiou” com grandes corporações esportivas para a realização de mega eventos financiados com dinheiro de impostos e que só beneficiaram a/os dirigentes corrupta/os de tais corporações (e do governo, claro), etc. etc.
Pelo que se vê, também no Brasil “a/os dona/os do mundo” continuam dominando o jogo.
Quando será que “a/os de baixo” do mundo vão chegar ao seu limite e “virar o tabuleiro”, saindo deste para outro jogo (pois neste jogo só quem ganha são a/os mestra/es que o inventaram)?
E o pior (?), é que “o relógio” do clima global já está apontando para um provável “game over”, não apenas deste sistema ecogenocida, mas da própria “civilização” humana.
Para “quem tem olhos para ver”: “a resposta está soprando no vento”.
Vantiê Clínio Carvalho de Oliveira
agência de notícias anarquistas-ana
florescente espinheiro
tão parecido aos caminhos
onde eu nasci!
Buson
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!