Víctor Tormo, militante da CGT em Castelló, pode pegar três anos de prisão e pagar mais de 16.000 euros de indenização por publicar no seu Facebook uma foto de policiais infiltrados [polícia secreta]. O julgamento está previsto para 4 de dezembro de 2017, cinco anos depois dos acontecimentos. O delito de que é acusado consiste na “revelação de secretas” e a causa seguiu em frente pela denúncia particular de oito polícias nacionais. O caso põe em evidência, uma vez mais, a existência de listas negras de atividades sociais e a deriva autoritária e repressiva de um Estado dedicado a reprimir a contestação social.
Em setembro de 2012, Víctor Tormo participou em um protesto na Universidade Jaume I (UJI), contra os cortes na educação, aproveitando a presença de Alberto Fabra, Presidente da Generalitat Valenciana. O protesto estudantil acabou com a retenção e detenção de mais de vinte pessoas. Em resposta a esta atuação policial excessiva, convocou-se, pelo “Consell de Estudiantat da UJI”, uma manifestação antirrepressiva no dia seguinte. A manifestação aconteceu sem incidentes e de forma pacífica.
Depois de terminada a manifestação, e enquanto a maioria dos manifestantes que tinham participado na mesma estavam nas esplanadas da praça “Muralla Liberal de Castelló”, um grupo de polícias nacionais à paisana, e sem se identificar em nenhum momento como policiais, aproximaram-se e realizaram identificações de forma massiva e indiscriminada. Víctor Tormo, considerando que se tratava de uma atuação policial ilegal, abordou-os para que se identificassem.
Perante a negação dos agentes, e com o único fim de denunciar uma atuação que entendia arbitrária e de abuso de poder, Víctor postou uma foto no Facebook que dizia que indivíduos com aspecto de polícia secreta estavam intimidando jovens nas esplanadas como forma de calar os protestos dos cidadãos.
Após uma semana, Víctor Tormo foi detido e acusado de um alegado delito de revelação de secretas.
Apesar de que no ano de 2014 a Procuradoria solicitou o arquivamento da causa, ao considerar que não havia delito e que ser polícia não é um segredo, a acusação particular de oito polícias nacionais, incluídos na causa como “prejudicados” recorreram do arquivamento e pedem 3 anos de prisão e mais de 16.000 euros de indenização.
Finalmente, o caso seguiu em frente e foi fixada a data para a realização do julgamento: 4 dezembro de 2017.
O sindicalista acusado assinala que “se trata de um julgamento político, a pedido do subdelegado do Governo e do Chefe da Polícia”, visto que os seus dados aparecem em arquivos policiais como participante em manifestações e atos de esquerda, e assim consta no atestado policial, isto demonstra que a subdelegação do Governo ordenou fichas policiais com dados dos manifestantes. A finalidade: reprimir os movimentos sociais e de protesto, expandir o medo para que as ruas não se movam.
Gabinete de Imprensa CGT País Valencià
Tradução > Rosa e Canela
agência de notícias anarquistas-ana
mente quieta!
as palavras se calam,
na morte do poeta.
Lineu Cotrim
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!