Parece que os tempos são contraditórios. Convulsionados. Ocorrem coisas que constantemente que nos colocam em incerteza, em uma tensão constante. Tempos de resistência, de se unir, de nos organizar e de não desistir de ser como somos enquanto estamos conscientes de mudar, de aceitar novos desafios.
Assim, iniciamos a celebração dos 30 anos do “El Lokal” na sexta-feira, 27 de outubro, em Can Batlló, espaço autogestionado, conseguido pela luta dos vizinhos que mantêm todos os dias uma experiência de que nos sentimos fraternos. Foi o dia da declaração de independência pelo Parlamento e a posterior aprovação do artigo 155 pelo Senado e do Governo intervindo na autonomia da Catalunha com o apelo para novas eleições. É o que se trata de votar, escolher e delegar enquanto organizamos, lutamos e determinamos nossas vidas todos os dias. Momentos complexos, possibilidades preocupantes e abertas, para saber o que acontecerá. No auditório, teatro em marcha com a peça “La rateta escombrava la Barceloneta” nos dá uma visão geral da cidade e dos seus habitantes desde 92 ao 15M, num tom ácido, irreverente e subversivo. Uma grande abertura que termina com comes e bebes e um até mais.
Às 11 horas da manhã em Can Batlló, houve festa infantil com grande e criativa participação dos mais rebeldes. No auditório, um grande debate, “Abrindo fissuras nos muros invisíveis. Experiências desde as margens“. Monica, Paula, Janet e Marta dos coletivos Cassandra, Espaço do Imigrante Raval, Putas Indignadas e “El Lokal”, nos contaram suas experiências e de seus coletivos que auto-organizam suas lutas. As pessoas estão impressionadas com a força de seus testemunhos, eles nos emocionam, nos desafiam.
Ao mesmo tempo, não pode faltar a feira dos coletivos, editoriais alternativos que dão vida e cor ao espaço. A equipe da cozinha prepara com amor a paella e o bolo que iremos desfrutar ao ar livre; e os Dj’s Bullangues estão conectando o sistema de sons para que nós desfrutemos seus ritmos. Às 15 horas Can Batlló está cheia de pessoas que vêm nos felicitar e nos felicitam, que bebem, comem, abraçam e comentam. O encontro já caminha sozinho e todas as pessoas estão felizes, mas sempre acontece algo que temos que superar. De repente, a luz se apaga e se leva um tempo para ver o que acontece, procurando uma solução que nos permita continuar, sabemos que voltaram a roubar alguns cabos de cobre que estão no subsolo e que fazem uma solução rápida impossível… Pensamos a maneira de improvisar uma solução que nos permita continuar com o nosso programa, com um show que ocorria muito bem, com a participação de 6 bandas, muitas pessoas que já tinham a entrada, um fim bonito para um lindo aniversário. E não pode ser, temos que suspender, adiar para outra hora, anunciá-lo para facilitar as pessoas que não venham, devolver bilhetes pagos e cobrir despesas… Ficamos com raiva, feridos por algo que não está em nossas mãos resolver. Avisamos os grupos com pressa, anunciamos publicamente…
Conseguia-se ver que seria um ótimo show, que já estava se preparando há algum tempo. E hoje só temos que agradecer a todas as pessoas que colaboraram na organização das jornadas, agradecer a todas as pessoas que vieram, algumas de longe para se encontrar, nos felicitar e nos encorajar.
Sabemos e lembramos que “El Lokal” somos uma rede de pessoas diversas, criativas, rebeldes, normais e atuais, bem como extraordinárias que, quando nos colocamos em comum, quando nos juntamos, podemos fazer grandes coisas. Obrigado a todas e todos por tudo. Valeu a pena o esforço.
Saúde e liberdade.
Fonte: http://ellokal.org/sobre-las-jornadas-30-anos-del-lokal-en-can-batllo/
Tradução > Liberto
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agência de notícias anarquistas-ana
nadam no vento
como carpas douradas
folhas de bambu
Akatonbo
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!