O polêmico artista pintou na fachada de um local, após a aprovação do proprietário, a caricatura da rainha Elizabeth II com uma tatuagem do símbolo anarquista na sua coxa.
Por Alex Jover Almiral
O humor negro é um dos temas preferidos dentro da arte urbana. Podíamos dizer, que o seu expoente máximo é o reconhecido – mas também anônimo – Banksy. No entanto, nos últimos meses um novo artista é alvo dos noticiários pelas polêmicas obras que pinta nas ruas de Londres. A última, causou tanta indignação que foi retirada pela Prefeitura de Camden.
Loretto, o artista urbano originário de Londres, gerou barulho ao pintar pela primeira vez o líder trabalhista Jeremy Corbyn como São Francisco de Assis e aumentou ainda mais a polêmica com outro retrato, pintando a primeira ministra Theresa May como Marilyn Monroe. Mas, nesta última obra o polêmico artista condecorou-se definitivamente.
Na semana passada Loretto pintou dois murais da rainha Elizabeth II, na rua Gray”s Inn, no norte de Londres. Em um dos grafites, a monarca mostra a coxa onde tem uma tatuagem com o símbolo anarquista. Na outra parede, a rainha aparece fumando, vestida unicamente com um corpete e “fazendo rua”.
Embora Said Effafali, proprietário do edifício onde Loretto pintou ambas as obras, encomendou ao artista a elaboração de um dos murais e até pagou por ele, a Prefeitura de Camden apagou a obra de Loretto por ser “ofensiva” e após queixas de um vizinho.
Num comunicado, a Prefeitura justificou que o mural era “uma desonra à rainha” e na segunda-feira (30/10), sem aviso prévio, vários contratantes apareceram no local e pintaram sobre o retrato da rainha “anarquista” para apagar a “ofensa” do mapa.
O proprietário do local assegura que “não houve nem uma carta, nem uma chamada de telefone” antes de retirarem o grafite. “Disseram-me que era uma desonra para a nossa rainha. Foram muito hostis”, explica Effafali à imprensa local.
Enquanto a Prefeitura decidiu apagar esta obra de Loretto, nas ruas de Londres e em outros lugares do mundo continuam visíveis murais igualmente polêmicos, inclusive do mesmo autor. No Soho, por exemplo, o Presidente Donald Trump aparece três passos atrás da espécie humana na cadeia evolutiva.
Se pode/deve reduzir a liberdade de expressão? E a arte? O episódio reabriu o debate no Reino Unido sobre os limites do humor, da ofensa e se a arte urbana deveria estabelecer certos muros, ou não.
Tradução > Rosa e Canela
agência de notícias anarquistas-ana
O som do aguaceiro
nas folhas da bananeira —
de prender o fôlego.
Carlos Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!