Aos 36 anos do encarceramento de Mumia Abu-Jamal, nós, suas amigas e seus amigos no México, exigimos sua liberdade [no dia 09/12]. Fora da embaixada do país amplamente reconhecido como líder mundial em guerras, prisões e violência policial. O ato com canto e palavra se realizou em solidariedade com sua família e amigos na Filadélfia, que se manifestaram no mesmo dia contra os contínuos esforços do Estado para assassiná-lo de uma maneira ou outra.
Quem é Mumia? Em suas próprias palavras: “Um homem negro livre que vive em cativeiro”. Também pensador, jornalista, ativista e escritor. Um dos presos políticos mais conhecidos do mundo.
As e os artistas que pediram sua liberdade eram Batallones Femeninos, ARH Al Intifadah, Van-T, Chino Rastrillos e os Rebíblicos, MC Xozulu, Luz Contreras, Gamaika Rashida, Betún Valerio, Filosoflow, e Eva Palma, que afirmou que seu companheiro de vida não morreu quando o governo de Peña Nieto o assassinou, mas que KuyKendall vive! Também participaram Lourdes Mejía com uma denúncia sobre o assassinato de seu filho Carlos Sinuhé, e Doña Fili, que falou das lutas atuais no país e apresentou uma bela oferenda em honra a Mumia.
Demos as boas vindas à Sexta com Palestina para denunciar a mais recente declaração de Trump que pretende roubar Jerusalém dos palestinos e por sua vez acelerar enormemente a perda de suas vidas e terras. Os compas também ajudaram a coletar assinaturas em apoio à não-candidata ‘Marichuy’.
O governo dos Estados Unidos diz que não há presos políticos em seu país, mas o caso de Mumia é emblemático dos de um sem número de pessoas encarceradas por lutar para fazer mudanças no mundo. Ele era Pantera Negra nos anos 60, e depois, simpatizante da Organização MOVE e jornalista que sempre desafiava o poder. Por isso, quando um policial branco foi assassinado na Filadélfia em 9 de dezembro de 1981, Mumia foi incriminado por sua morte pela Polícia sob a direção de Alfonzo Giordano e julgado em um processo cheio de atrocidades pela Promotoria da Filadélfia sob o comando de Ron Castille. Eles contaram com a colaboração do juiz William Yohn, que disse no primeiro dia de seu julgamento, “Eu vou ajudá-los a fritar o negro”. Mumia foi condenado a morte em 3 de julho de 1982.
No ato também pedimos liberdade para os presos políticos do México, incluindo os jovens anarquistas Fernando Sotelo, Fernando Bárcenas e Miguel Peralta. Agradecemos muito a presença dxs companheirxs Frida e Benito, que contou a luta pela água e a vida em San Pedro Tlanixco. O resultado foi a criminalização de todo o povo, o encarceramento de uma mulher e cinco homens desde 2003, e a perseguição política de outros dois companheiros. O mais recente ataque do Estado deixa todxs com sentenças de mais de 50 anos de prisão. A luta por sua liberdade é urgente!
Nas prisões do estado da Pensilvânia, Mumia passou quase três décadas no isolamento do corredor da morte, sem poder tocar a outro ser humano. Estas condições solitárias agora se reconhecem como tortura por especialistas em direitos humanos. Por fim, em 2011, graças ao apoio internacional que tinha, lhe tiraram a pena de morte mas em lugar de libertá-lo, o deixaram com a sentença de cadeia perpétua, quer dizer, a morte lenta.
Mumia sempre disse que é inocente, mas segue encarcerado devido aos crimes cometidos contra ele por seus inimigos, para assegurar que a juventude de hoje não siga seu exemplo de luta.
Em 30 de março de 2015, Mumia quase morreu. Se descobriu que tinha Hepatite C e depois de uma luta de dois anos, o movimento conseguiu que lhe dessem tratamento. Já não tem Hepatite C, mas as autoridades carcerárias tardaram tanto em dar-lhe tratamento que agora tem cirrose hepática. Então a luta por sua liberdade não só é o justo, mas é crucial para que recupere sua saúde.
Agora se abre uma nova avenida de apelação devido a que a Suprema Corte dos Estados Unidos determinou que o mesmo Ron Castille como promotor, e depois como juiz que revisou suas próprias decisões, violou os direitos constitucionais de outra pessoa ao ser juiz e parte em um caso muito parecido ao de Mumia. Uma vitória poderia revogar sua sentença de culpabilidade e trazer sua liberdade. Então a luta segue nos tribunais e nas ruas.
No ato exigimos liberdade para Mumia e para dezenas de presas e presos encarcerados durante décadas nos Estados Unidos: ‘os 9 do MOVE’, Jalil Muntaqim, Herman Bell, Dr. Mutulu Shakur, Sundiata Acoli, Jamil Al-Amin e muitos mais!
Mumia enviou seu amor e gratidão a todas as pessoas que tem lhe apoiado. Ele não deixa de lutar. O animam os novos movimentos que estão se formando nas comunidades negras no país a partir do levantamento da juventude de Ferguson, Misuri, em 2014. Desde sua cela escreveu 11 livros, o mais recente sendo “As vidas dos negros alguma vez importaram?”, publicado este ano por City Lights. No ato fizemos leitura de vários de seus rádio ensaios que ele grava a cada semana. Estes incluem suas análises de nossos tempos; do sistema carcerário; do terror policial; de lutas rebeldes e revolucionárias no mundo; e também tributos a pensadores, lutadores, músicos, escritores e outros presos e presas por lutar, entre outros.
Liberdade para Mumia! Presxs políticxs liberdade! Morte ao sistema carcerário!
Fonte, mais fotos: https://amigosdemumiamx.wordpress.com/2017/12/12/em-mexico-exigimos-liberdade-para-mumia/
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
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tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!