As obras do Angel Pestaña, líder da CNT (Confederação Nacional do Trabalho) e fundador do Partido Sindicalista, passam a ser de domínio publico
Por Verónica Viñas | León
Angel Pestaña foi, antes de tudo, um sonhador. Um jovem que com apenas 15 anos acabou na cadeia por defender uma jornada de trabalho justa de oito horas, numa época na qual tinha uma linha muito fina entre trabalho e escravidão. Agora, 80 anos depois de seu falecimento, comove a personalidade de um leonês cujos textos ainda têm vigência e que, livres de direitos autorais, podem ser consultados gratuitamente na Biblioteca Nacional. 1937 é um ano especial. Não só faleceu o líder anarquista leonês Angel Pestaña, mas também o fascista Emilio Mola e o líder do POUM (Partido Obreiro de Unificação Marxista) Andrés Nin, entre muitos outros escritores dos dois bandos.
Em seu livro, “Lo que aprendí de la vida”, este berciano de Santo Tomás de las Ollas conta sua própria história, uma tragédia digna de novela. Uma biografia atroz. Abandonado com poucos anos pela mãe, que fugiu com sua irmã Balbina, com só dez anos já descia para uma perigosa mina inundada. Aos 14 anos ficou órfão, depois da morte por broncopneumonia de seu pai num escuro quartinho onde o viu agonizar por quatro dias.
O pai queria que ele fosse sacerdote, para ele aprender ler e escrever, não como o pai que nunca foi à escola. Mas como herança o pai deixou para ele uma dívida de 27 pesetas. Ninguém o ajudou. “Nunca até então compreendi a ingratidão humana e a dureza de sentimentos criada pela pobreza” escreveu ao lembrar dessa época. Mineiro, peão ferroviário, estivador e até alpargateiro foram alguns dos ofícios que desempenhou nos anos seguintes, ao mesmo tempo que evadia a cadeia. Fugiria à França onde conheceria sua companheira e mãe de seus três filhos, Maria Espes. Depois chegaria a Argel onde apreenderia o ofício de relojeiro e começaria a trabalhar na revista “Tierra y Libertad”. Em Barcelona, nos trabalhos da I Guerra Mundial começou a colaborar com a CNT. Defendia a fusão da CNT com a UGT (União Geral de Trabalhadores) para criar um sindicato forte que melhorasse as precárias condições laborais dos trabalhadores que mal tinham alguns direitos. Em 1920 viajou a Moscou sendo membro destacado da CNT onde participou no segundo Congresso da Internacional Comunista. Mas voltou decepcionado com os métodos autoritários soviéticos. Pestaña, cuja ideologia podia se resumir em “liberdade acima de tudo”, confrontou mesmo o Lenin e o Trotsky. “Já foi afirmado que sem Partido Comunista não há revolução. Um partido não faz a revolução, mas sim um golpe de Estado, e um golpe de Estado não é uma revolução” espetou-lhes Pestaña, que até acusou o Lenin de autoritário. Os líderes soviéticos dedicaram dois dias a refutar seus comentários e não deram mais a palavra para ele. Publicaria uma série de livros como frutos daquela viagem: “Lo que yo vi y Setenta días en Rusia. Lo que yo pienso”. Pestaña comentou para o Lenin em privado que ele pensava que a maioria dos participantes do congresso eram uns arrivistas e atuavam como burgueses.
Nas páginas de “Solidariedad Obrera”, o líder leonês descobriu alguns casos de corrupção e denunciou bandos de pistoleiros pagos pelos patrões para amedrontar trabalhadores.
Embora sempre condenou a “ação direta” que propugnavam outros líderes sindicais e que, basicamente, consistia em atentar contra o patrão, em 1920 foi colocada uma recompensa pela cabeça de Pestaña. Exatamente 23.000 pesetas. Novamente, ele teve que procurar refúgio na França. O governante de Barcelona Martinez Anido esteve a ponto de conseguir seu propósito de liquidar Pestaña. Ferido por um pistoleiro em 1922 encontrou refúgio no hospital de Barcelona e o governador foi impedido de entrar fulminantemente.
Em 1924 lançou a ideia de uma enorme coligação de esquerdas para combater a direita golpista. Durante a ditadura de Primo de Rivera, Pestaña voltou à cadeia. Durante a II República foi expulso da CNT por ser considerado uma voz incômoda. Dois anos depois funda o Partido Sindicalista que obtém duas cadeiras nas eleições de 1936, uma delas para o mesmo Pestaña pela província de Cádiz. Com o estouro da contenda civil é nomeado subsecretário geral da Guerra. Pestaña falece em 1937 e ao enterro acodem personalidades como Indalecio Prieto e Luis Companys.
Fonte: http://www.diariodeleon.es/noticias/cultura/leones-hizo-temblar-lenin_1219091.html
Tradução > César Antonio Cázarez Vázquez
agência de notícias anarquistas-ana
podem tirar tudo da gente
menos a beleza
dessa lua crescente
Ricardo Silvestrin
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...