Ontem (08/03) não houve lugar para o silêncio, nossas vozes tomaram as ruas e as praças. Mais de 300 manifestações se produziam de maneira simultânea em todo o território do Estado.
“Se nós paramos, para o mundo” era o lema da Coordenadora feminista. Não o paramos, o freiamos em seco para que a inércia do capitalismo de acumulação sem escrúpulos não nos arraste. Na CGT o víamos com clareza meridiana, inclusive quando os agoureiros nos chamavam loucas por querer “dançar nossa revolução”. “Sem nós o mundo não funciona”, era o lema que propusemos para esta campanha pela IGUALDADE com maiúsculas.
Um século e meio de luta levam as libertárias em suas mentes, suas costas, em seus lados e em seus ventres. Nossas avós lutaram por nós e agora nós lutamos por elas. Como elas nos ensinaram sempre que a vida parecia impossível. Com orgulho de classe, com consciência obreira. Se nos vissem nos dariam de novo esse beijo na frente que nos protege de tudo o que nos aliena de nós mesmas. Contaremos a nossas netas e netos, às gerações vindouras, que tivemos a coragem de sonhar um mundo diferente e a fortaleza de encontrar estratégias coletivas para mudá-lo.
Um êxito estrondoso, marco histórico sem precedentes que ultrapassou qualquer previsão imaginável. Cerca de seis milhões de mulheres apoiaram a Greve e muitos milhões de pessoas tomaram as ruas na maioria das cidades. Um tsunami feminista e de classe obreira que não quer e não pode permitir-se deixar para outro momento o debate social que gere uma mudança de sentido comum até fórmulas mais igualitárias e respeitosas com a vida. As feministas exigem falar de diferença salarial, de pressupostos para o pacto de estado contra a violência machista, de desigualdade, de violência de gênero, de violência econômica, judicial e laboral.
As cifras mentem quando falam do feminino. Éramos mais do que contabilizam os governos e éramos menos do que a produção atroz permite ou os salários do medo concedem. Faltavam por isso muitas precárias, as presas, faltavam as que caíram nas mãos da violência machista neste estado de guerra social. Arrimadas, Cifuentes e todas as acólitas do patriarcado são as únicas que ficaram sós. Seus piquetes de greve à japonesa não funcionaram, assim como tampouco as vexaminosas e miseráveis manobras desmobilizadoras dos sindicatos do regime que presumem ser “majoritários” e saíram à rua para serem vaiados.
A CGT inundou as ruas enchendo-as com suas faixas. Não chegamos aqui por casualidade, nossos movimentos são horizontais, assembleários, lentos mas implacáveis. Levantamos uma vez mais a bandeira vermelha e negra com constância, coerência, justiça, paridade, solidariedade…, para dizer Basta de violências contra a vida! Orgulhosas de favorecer e legalizar uma Greve Geral de 24h, comprometida, valente e combativa, que é o início da mudança e que nos dá a oportunidade de outros 365 dias novos de luta até o próximo 8 de Março.
A REVOLUÇÃO SERÁ FEMINISTA OU NÃO SERÁ!
Secretariado Permanente do Comitê Confederal da CGT
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!