Um grupo de estudantes e ativistas antifascistas acabou com sucesso um debate “alt-right” [direita alternativa] no King´s College London na última noite (05/03). Manifestantes invadiram¹ o palco e supostamente lançaram bombas de fumaça e apertaram o alarme de incêndio de forma a perturbar o evento. O local teve de ser evacuado.
A discussão interrompida era entre Dr. Yaron Brook, presidente do conselho de diretores do Ayn Rand Institute, e Carl Benjamin, mais conhecido como a personalidade inglesa “alt-right” do youtube Sargon of Akkad. Ao contrário do que disse a cobertura da grande mídia, nem todas as pessoas que fizeram parte da ação estavam mascaradas. Um dos manifestantes antifa foi espancado.
Alguns meios de comunicação, de forma bastante dramática, descreveram a ação antifa como um ataque à liberdade de expressão. Entretanto, é sabido que o alvo principal da ação de ontem era Benjamin. Com 766,717 seguidorxs e mais de 200 milhões de visualizações, é um vlogger muito popular. Se auto-descreve como “o pensador alt-centrista”, mas é conhecido por propaganda “alt-right” fútil, e seu comentário sempre apresenta teorias conspiratórias. Também é um apoiador de Trump.
Em uma transmissão ao vivo com o parceiro “alt-right” Colin Robertson, Benjamin ajudou a disseminar a teoria conspiratória “alt-right” de que a vítima de Charlottesville (EUA), Heather Heyer, morreu por um ataque do coração, e não porque foi atingida por um veículo dirigido por um neonazi. Em outro vídeo, defende que “a luta contra o racismo está ajudando a acobertar molestadores de crianças” [sic].
Ele também está espalhando teorias conspiratórias sobre a Guerra Civil Síria. Benjamin compartilhou “evidências” de que o ataque químico de abril de 2017 à cidade de Khan Shaykhun na Síria foi encenado. Depois sustentou que “sequer existe certeza de que existem provas de ataques com armas químicas [na Síria]”. Benjamin disse que as declarações conspiratórias da tão falada jornalista “independente” Eva Barlett na Síria eram “completamente precisas”. Na realidade, se provou que eram falsas.
Uma vez, Benjamin perguntou online: “Antifa: em uma escala de 1 a Allahu Akbar [Alá é Maior], o quão contentes vocês estão de que o ISIS está tremulando suas cores?”
Benjamin é talvez mais conhecido por sua série “Porque as pessoas odeiam #feminismo”. Ele acredita que “a realidade tem um viés anti-feminista” e que “feminismo é um câncer”. Após a parlamentar inglesa Jess Phillips argumentar que a liberdade de expressão na internet requer que a perseguição a mulheres se torne “inaceitável”, Benjamin respondeu com um tweet sustentando que “eu não te estupraria”. Durante a campanha #MeToo encorajando as mulheres a compartilhar suas histórias de abuso sexual, Benjamin sugeriu #IwouldntEven como uma hashtag para zombar da campanha. Depois ele se referiu a sobreviventes de abuso sexual cometido por Harvey Weinstein como “prostitutas de ouro”.
Palmas à “London Antifa” por agir contra uma das maiores universidades apoiando um orador “alt-right” a disseminar sua propaganda odiosa.
Zb
[1] Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=mimzjSAthcE
Fonte: https://freedomnews.org.uk/london-antifa-shuts-down-alt-right-talk/
Tradução > Imprensa Marginal
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
greta no muro –
dois olhos ao fundo,
lá no escuro
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!