Na noite da última quarta-feira, 14 de março, após sair de um debate com outras mulheres negras, na Lapa, Marielle Franco foi brutalmente executada. O motorista do carro em que Marielle se encontrava, Anderson Pedro Gomes, também foi assassinado.
Executaram uma militante, mulher, negra, lésbica, nascida na Favela da Maré, defensora dos Direitos Humanos, vereadora pelo PSOL, e que havia recentemente se tornado relatora da comissão responsável por fiscalizar a Intervenção Militar no Rio de Janeiro.
Há anos Marielle vinha denunciando os abusos da PM do Estado, e estava acompanhando de perto os desdobramentos cruéis da recente intervenção federal-militar. Quatro dias antes de sua morte, Marielle havia denunciado uma ação truculenta do 41 batalhão da PM na Favela do Acari, onde policiais aterrorizaram moradores e moradoras, invadiram casas e jogaram jovens dentro de um valão
Os assassinatos de Marielle e de Anderson representam uma ação orquestrada por um Estado Terrorista e Genocida, que não usa máscaras para dizimar o povo negro e para enviar um recado a todos e todas que se colocam contra o massacre desenfreado promovido nas periferias. Não é coincidência ou um erro da Política de Segurança Pública do Estado a morte da companheira em plena vigência da intervenção federal-militar. O avanço da repressão, através da medida, é que autoriza esse novo e profundo passo do terrorismo de estado. Trata-se de uma ação claramente bem arquitetada: nove tiros contra o veículo, um caso explícito de execução sumária de uma lutadora do povo
O Estado, o capitalismo brasileiro e suas instituições seguem funcionando, com seu perfil histórico de manutenção das desigualdades estruturais e de perpetuação direta ou indireta da barbárie.
Neste momento de dor, tristeza e ódio nos cabe prestar toda solidariedade as famílias de Marielle e Anderson, as companheiras e companheiros do PSOL e a todos e todas que estão diariamente nas trincheiras contra o genocídio do povo negro.
ESTADO TERRORISTA!
PELO FIM DA INTERVENÇÃO FEDERAL-MILITAR!
POR MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA!!!
MARIELLE FRANCO: PRESENTE!
Political Assassination, State Terrorism: Marielle Franco, Attending!
In the night of last Wednesday, March 14, after leaving a debate with other black women in the district of Lapa, downtown Rio de Janeiro, Marielle Franco was brutally executed. Anderson Pedro Gomes, the driver of the car where Marielle was in, was also assassinated.
They have executed an activist, a woman, a black, a lesbian, who was born in the Favela da Mare, an advocate for Human Rights, councilwoman for PSOL (Socialism and Freedom Party), and who recently became the rapporteur of the commission responsible for inspecting the Military Intervention in Rio de Janeiro.
For years, Marielle had been denouncing the abuses of the State Police, and was closely following the cruel unfolding of the recent federal-military intervention. Only four days before her death, Marielle had exposed the truculent action of the 41st State Police Battalion at Favela do Acari, where policemen terrorized the residents, invaded homes, and through young men dead in a ditch.
The murderers of Marielle and Anderson represent an orchestrated action by a Terrorist and Genocide State, which doesn’t use any masks to carry out its action to decimate the black people and to send a message to all men and women who place themselves against the unrestrained massacre promoted in the periphery of the city. The death of the fellow woman is no coincidence; neither is it any mistake by the State Public Security Policy in the full validity of the federal-military intervention. The advance of repression through that measure is what authorizes this new and deep step of the State terrorism. This is clearly a planned action: nine shots were fired against the car, an explicit case of summary execution of a people’s fighter.
The State, the Brazilian capitalism, and its institutions continue to work, with their historical profile of maintaining the structural inequalities and the direct or indirect perpetuation of barbarism.
In this moment of pain, sadness and hate, we are to give all solidarity to the families of Marielle and Anderson, to the fellow men and women of PSOL, and to all men and women who are daily entrenched against the genocide of the black people.
TERRORIST STATE!
DOWN WITH THE FEDERAL-MILITARY INTERVENTION!
FOR MEMORY, TRUTH AND JUSTICE!!!
MARIELLE FRANCO: ATTENDING!
Fonte: https://anarquismo.noblogs.org/?p=926
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Alexandre Brito
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!