Eduardo Colombo morreu ontem [13/03] à noite
Cerimônia, segunda-feira (19/03), 16h, no Crematório do Cemitério Père Lachaise, em Paris
Eduardo Colombo
Nascido na Argentina em 1929, militou na FORA e foi redator do jornal “La Protesta”. Na Federação Operária Regional Argentina desenvolveu uma posição original no seio do movimento anarquista internacional consistindo em não separar a “política” (a finalidade anarquista-comunista) da reivindicação “sindical”. Ele se opôs assim ao sindicalismo revolucionário que quer se tornar a coluna vertebral da sociedade futura.
“A FORA não vê no sindicalismo outra coisa do que ele pode ser: um meio que, por estar nas mãos dos deserdados, se posiciona frente ao regime de iniquidade atual, mas um meio que, em último exame, é de qualquer maneira um filho desse mesmo regime. Criado nas entranhas da sociedade burguesa, no autoritarismo do mundo que o cerca, o sindicalismo é uma arma, e, justamente porque é uma arma, ele pode servir tanto à causa do bem quanto do mal (e estamos cientes que as armas se prestam mais facilmente ao mal que ao bem!)”
Em 1970, Eduardo, sua companheira Héloisa e suas duas crianças se exilam em Paris. Estávamos no pós-68 e eles se juntaram ao grupo de “Information Correspondance Ouvrière” (ICO). Quando da dissolução da revista ele participa da criação da revista “Lanterne Noire” (1974-1978) com os anarquistas saídos do movimento de 22 de março e da revista “Noir et Rouge”, que tinham, eles também, juntado-se à ICO antes de 1968. Nos anos 80, ele se integra à revista editada na Itália, “Voluntá” (1982-1996), depois em “Réfractions” (revista de pesquisas e expressões anarquistas). Aderente da CNT, ele se ocupa também por algum tempo das edições “CNT-RP” antes de afastar-se.
Eduardo Colombo era também médico (na Argentina) e psicanalista (profissão que exerceu depois de sua chegada na França) de orientação resolutamente freudiana e oposto a Lacan. É da ligação que ele opera entre psicanálise, anarquismo e revolução que ele faz uma oposição determinada às visões “pós” (modernas, anarquistas, estruturalistas…) que postulam uma inevitável submissão do sujeito e logo o abandono de todo projeto revolucionário. Ele lhe opõem uma visão da liberdade onde os humanos conquistam a possibilidade de mudar o mundo.
Ele é autor de: “La volonté du peuple – Démocratie et anarchie”, Paris, Editions Libertaires, 2007; “L’espace politique de l’anarchie”, ACL, 2007; “Une controverse des temps modernes, la postmodernité”, 2014, Editions Acratie; “Contre la représentation politique – Trois essais sur la liberté et l’Etat”, 2015, Editions Acratie, bem como numerosos artigos sobre o poder, o imaginário, o Estado, a revolução, a sexualidade, dos quais se pode encontrar uma lista em:quatrieme-groupe.org/publications/bibliographies/eduardo-colombo/9/00012COLOM.
Fonte: http://www.oclibertaire.lautre.net/spip.php?article2047
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
chuva fina
tarde esfria
todo o lago se arrepia
Alonso Alvarez
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!