Fizemos uma entrevista com o criador da Acrática Cerveja Artesanal, o soteropolitano CR Moska. Confira a seguir.
Agência de Notícias Anarquistas > Como surgiu a Acrática Cerveja Artesanal?
CR Moska < O desejo de fazer algo, independente, que não precisasse de grande soma de investimento, pudesse ser feito em casa e com total autonomia foi um grande incentivo para começar um projeto de cerveja artesanal. Fizemos nossa primeira brasagem em junho de 2016, uma American Pale Ale, sem bem ter muita noção e completamente no improviso devido a falta de alguns equipamentos.
ANA > Trata-se de um projeto coletivo ou individual?
CR Moska < É um projeto individual, mas, com a possibilidade de outras cabeças virem a somar.
ANA > Podemos dizer que é uma fábrica caseira operando de forma autogestionária? Aliás, a cerveja é registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ou trabalha sem registro, como tantas outras artesanais Brasil afora?
CR Moska < É uma pequena produção artesanal “sem eira nem beira”. A legislação brasileira para bebidas fermentadas impõe à clandestinidade centenas de pequenos produtores, pois não permite o registro de micro cervejarias caseiras, já que exige uma infraestrutura e equipamentos semiautomático, tornando assim a produção na própria residência, para comércio, ilegal. A ideia de autogestão, de um homem só, está mais na forma de manter, atuar no meio cervejeiro.
ANA > E qual o estilo da cerveja?
CR Moska < Tentamos ter um máximo de diversidade possível, para não fica só no estilo mais comercial. Produzimos estilos como American Pale Ale, Red Ale, Pilsen, Dark Lager, Vienna Lager, Blonde Ale, Trigo, Brown Ale, Dunkel e India Pala Ale
ANA > E a média de produção?
CR Moska < Produzimos em média 60 litros por semana.
ANA > E como é o processo de comercialização da cerveja? Há pontos de vendas, ou funciona no “marketing de boca-a-boca”, entre amigos…
CR Moska < Temos opção de varejo, para individualidades e atacado para espaços alternativos, como Rango Vegan, B Vegan, Buck Porão, Bardos e Bardos/Casa da Trican.
ANA > A cerveja é fornecida somente em Salvador?
CR Moska < Sim, pois o custo de envio triplicaria o preço…
ANA > Até agora, qual tem sido o grande desafio para manter o projeto?
CR Moska < Os altos e baixos da demanda no Brasil e, principalmente, no Nordeste, não se produz nada dos ingredientes básicos, malte, lúpulo e levedura, todos são importados e isso eleva os custos da produção e torna a cerveja artesanal mais cara, com uma produção pequena ganha-se por unidade vendida e não por grandes lotes como a grande indústria. Uma solução que encontramos para baixar os custos, e ter preços mais justos, foi reutilizar garrafas genéricas para que a embalagem não saia mais cara que o conteúdo.
ANA > Planos para o futuro?
CR Moska < Com quase dois anos fazendo cerveja artesanal, queremos conquistar um público fiel, se estabilizar mantendo a proposta de ter preços justos.
ANA > Algum recado para finalizar? Valeu!
CR Moska < Coragem Versus Força Física. A coragem está situada além da força física. Ela pode existir em pequenos gestos. Delicado minueto cotidiano. Ato de dizer valentemente sim ou não. Quando algo nos é tiranicamente imposto. Coragem para levemente brigar por direito. Resolutamente almejar a sonhada felicidade. E persistentemente impor respeito. Coragem é engenhosamente melhor que força física.
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Noitinha de outono —
Da varanda vê-se a rua
ficando vazia.
Antônio Seixas
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!