Este número de Gato Negro começou a circular no sábado 24 de março. Data significativa na qual se comemora um ano mais (42 no total) desde o último golpe de Estado [na Argentina] que teve um saldo de 30.000 pessoas detidas/desaparecidas. Cada Estado tem suas próprias matanças, sendo as mais evidentes os genocídios aos povos originários. Hoje, vivemos com essas matanças em nossas consciências. A nossxs mães e pais, avôs e avós lhes coube vivê-lo, a nós nos cabe recordá-lo e, sobretudo, aprender delas.
Já dizia Durruti: “Nenhum governo luta contra o fascismo para destruí-lo. Quando a burguesia vê que o poder lhe escapa das mãos, erguem o fascismo para manter seus privilégios.” Nos anos 70, vendo-se a democracia debilitada por um tensionamento na luta de classes, se recorreu a uma ditadura cívica, empresarial, eclesiástica e militar para acalmar as águas e “reorganizar” o país. Hoje, 42 anos depois, quem governa são muitxs dxs que se viram beneficiadxs naqueles anos. Por exemplo, tomemos ao presidente da Nação, Mauricio Macri. Seu pai, Franco Macri, passou de ter 7 empresas em 1973, para ter 47 ao finalizar a ditadura. Por sua vez, em 1982, Domingo Cavallo estatiza a dívida de empresas privadas, vendo-se beneficiadas 2 empresas dos Macri, perdoando-lhes 170 milhões de dólares, os quais passaram a ser do Estado, quer dizer, que o povo, nós, xs despossuídxs tivemos que pagar tudo isso.
Estes lixos que apelam à “mudança”, pedindo-nos paciência e compreensão frente a suas medidas, incitando-nos ao sacrifício para seu benefício, são os mesmos que triunfaram no ano 76. Nicolás Massot, deputado nacional pelo PRO, é o sobrinho de Vicente Massot, o primeiro jornalista da história condenado por delitos de lesa humanidade. Imputaram de sua responsabilidade, junto ao resto das autoridades do diário La Nueva Provincia, por encobrir 35 crimes e apresentá-los como “enfrentamentos” entre forças da ordem e organizações armadas. Algo não tão diferente ao que fazem agora o governo e a escória do [jornal] Clarímao apresentar como “enfrentamentos” os ataques e assassinatos (Rafael Nahuel) ao povo mapuche.
Entender isto, recordar que xs que ganharam seguem governando e possuindo a riqueza destas terras é fundamental para tomar consciência da situação. Sobretudo quando estão acontecendo ações repressivas de alta intensidade. Já contamos com xs primeiros processadxs, detidxs e presxs, sob a desculpa de “intimidação pública” da lei anti-terrorista que foi assinada pelo governo de Cristina Kirchner.
Este ano vem as reformas trabalhistas que afetarão a quase todo o espectro de trabalhadorxs. É hora de que possamos nos encontrar nas ruas, formar redes de solidariedade rebelde, revolucionária entre companheirxs e cúmplices, entre todxs os que queiramos pôr de pernas pro alto o mundo e seus políticos.
A repressão está avançando, não deixemos que nos intimide, é o momento de fortalecer-nos, é o momento de redobrar a luta, é o momento de organizar-nos seriamente para poder, não só combatê-los, mas também mudar a vida!
> Acesse ao Número 4 de Gato Negro aqui:
https://periodicogatonegro.wordpress.com/category/4-marzo-2018/
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Suave impressão de asas
abrindo em tempo-semente
e pausa suspiro
Nazareth Bizutti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!