O 1° de Maio é uma data de profundo significado para o movimento operário. É o dia em que se recorda os mártires de Chicago, assassinados pelo Estado, como exemplo para todos aqueles que se organizem e lutem para mudar a sociedade.
É uma data na qual todos nós que lutamos por um mundo justo, nos congregamos nas ruas e praças para mostrar que o sacrifício daqueles homens que caíram sob as garras do Estado e seus sequazes capitalistas, não caíram no esquecimento por mais tempo que tenha passado.
Passaram-se 133 anos da greve geral de 1886 e seu lema “8 horas para trabalhar, 8 horas para descansar e 8 horas para o que nos dê vontade”, e a classe operária obteve conquistas como a redução de horas de trabalho, aumento de salários, férias pagas e descanso dominical. Mas também e apesar de tudo o que foi conquistado até hoje, não se conseguiu as 8 horas de trabalho para todos, milhões de trabalhadores e trabalhadoras sofrem cada vez mais a precarização do trabalho e suas consequências imediatas na vida; também persiste a escravidão em alguns ramos como o têxtil e o rural – ainda nos países ocidentais considerados “desenvolvidos”- estando os trabalhadores totalmente indefessos frente a inescrupulosos empresários aos quais importa muito pouco a sorte que tenham os que geram toda sua riqueza.
Também nestes 133 anos, os capitalistas, o Estado e os traidores da classe operária puderam encontrar formas para deter o avanço do movimento operário que lutava por uma mudança cabal da sociedade para terminar definitivamente com a exploração do homem pelo homem. Através de mecanismos legais se tenta cercear o direito de greve e o de organização dos trabalhadores, se elaboram leis contra as medidas de ação direta, regulam que tipos de organizações podem ter os trabalhadores e quais devem ser seus objetivos e seus limites de ação. As diversas burocracias sindicais ao redor do mundo, se desempenham como dique de contenção das reivindicações operárias, e quando isto não é alcançado atuam como tropa de choque patronal para amedrontar os trabalhadores para que deixem de reivindicar e de se organizar.
Mas apesar de tudo isto, a luta segue em pé. A memória dos mártires de Chicago nos recorda que organizado, o povo trabalhador pode vencer seus exploradores e mudar o absurdo de trabalhar só para poder pagar o direito de viver. Nos recorda que a vontade e o pensamento posto em ação mudarão esta autodestrutiva sociedade capitalista e criarão os cimentos de uma nova sociedade justa e equitativa. Aqueles companheiros foram executados pelo terror que tinham os poderosos de que suas ideias de mudança social se estendessem a toda população e esta se livrasse dos parasitas que há séculos se alimentam dela. Mas as ideias de liberdade não se podem encarcerar, restringir nem muito menos matar, enquanto o Estado e o capitalismo sigam explorando o povo, este se rebelará e encontrará a forma para romper suas correntes.
Por isso, este 1º de Maio nos reunimos de novo para gritar:
VIVA O 1° DE MAIO!
VIVA A LUTA DA CLASSE OPERÁRIA!
PELA LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO SINDICAL!
BASTA DE REPRESSÃO AO POVO!
LIBERDADE AOS PRESOS DO 14 DE DEZEMBRO!
CONSELHO FEDERAL DA F.O.R.A.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
lua mínima
a tarde minguante
abre um sorriso
Alonso Alvarez
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!