Na foto da capa, uma enxada é erguida ao alto sobre as encostas enegrecidas dos incêndios do ano passado. Para lá do fumo, antes que o fogo venha é um caderno especial do jornal MAPA, ou seja, uma compilação de artigos sobre o fogo e o território por entre histórias de resiliência. De florestas e gentes que renascem das cinzas, para se reencontrarem na interajuda e num sentido de comunidade com a natureza. Nessa foto de capa, a luz incide sobre a beirã aldeia de Barco, onde a população se ergueu contra a mineração projetada nas encostas da serra da Argemela. Os holofotes da presente edição viram-se também para a febre do lítio e os conflitos ambientais da mineração.
Dos testemunhos que nos falam de novas formas de viver e de repensar a floresta, as aldeias e as serras, haverá uma ponte com a entrevista à Cooperativa Minga, em Montemor-o-Novo, de economia de proximidade e autonomia, e com a experiência de agroecologia realizada na Aldeia do Vale. Noutras latitudes, há um olhar sobre a Grécia onde o Estado deixou de garantir muitos serviços essenciais mas a auto-organização não se fez esperar e as okupas de Atenas são a face da solidariedade internacionalista. Noutras páginas, uma análise histórica da cidade resume as tensões urbanas vividas diariamente nas urbes em transformação.
Destaque ainda nesta nova edição do jornal MAPA para uma visão não comemorativa do Maio de 68, com dois testemunhos de análise e crítica, que recordam que as coisas acontecem quando menos se espera. Como não se esperava que o precariado invisível dos estafetas se estivesse a transformar num movimento reivindicativo transnacional e transversal a diversas plataformas de entrega, uma das outras histórias que ainda não acabaram.
Para completar esta 20ª edição, há ainda espaço para um relato do encontro de mulheres em Março de 2018, nas montanhas de Chiapas, um olhar sobre os conflitos no Myanmar, notas sobre Biopolítica e as recensões baldias. Um jornal que pode continuar, face ao apoio e amizade de tanta gente, numa campanha de crowdfunding, nos escancarou as portas para continuarmos nas ruas e a chegar à casa de leitores e as assinantes, cujo número, ainda assim, gostaríamos de ver crescer.
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tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…