por Mumia Abu-Jamal | 01/07/2018
Debbie Africa pertence ao grupo conhecido como os “9 do MOVE”, que sobreviveram ao ataque policial contra o MOVE em 8 de agosto de 1978 na Filadélfia.
Desde aquele dia até a semana passada, Debbie esteve em uma cela, cumprindo uma escandalosa sentença de 30 a 100 anos. Ela é uma de sete presos do MOVE que conseguiram sobreviver na prisão. E assim como as e os que ficam, esteve presa 10 anos mais que sua sentença mínima de 30 anos.
Ao sair da prisão, ela foi citada pelo The Guardian, de Londres, quando falou de duas irmãs do MOVE que não receberam liberdade condicional: Janine e Janet Africa. Disse Debbie: “Foi difícil deixá-las aí porque, claro, eu queria vir para casa, mas queria que elas também viessem comigo. Eu fiquei em estado de choque quando isto não aconteceu.”
Quando Debbie foi detida, tinha 8 meses de gravidez. Em setembro, deu à luz a um bebê saudável, Mike Africa Jr., filho.
Ela pode comer com a ajuda de suas irmãs, que levaram comida de contrabando desde o restaurante. Passou três dias com seu filho antes que as autoridades o descobrissem. Os separaram de imediato.
Mike, filho, fala da primeira noite que viveu com sua mãe. Bateu na porta de seu quarto. Quando ela pediu que entrasse, ela estava descalça. Mike viu seus pés e se deu conta de que essa foi a primeira vez em sua vida que havia visto os pés de sua mãe.
Um amigo lhe disse que os bebês de dois anos sabem mais sobre suas mamães que ele, um homem que tem quase 40 anos.
Mas a história é de Debbie Africa. Depois de 40 anos atrás das grades, ela está livre.
Que a liberdade chegue rápido a todas e todos que sobreviveram ao ataque de 8 de agosto de 1978.
Desde a nação encarcerada, sou Mumia Abu-Jamal.
Fonte: https://amigosdemumiamx.wordpress.com/2018/07/04/para-debbie-africa-libertad/
Tradução > Sol de Abril
>> Foto em destaque: Debbie Africa, à esquerda, é abraçada por seu filho Mike Africa Jr., durante uma coletiva de imprensa realizada no dia 19 de junho de 2018, na Filadélfia.
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Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!