Dizem que o sicário perseguiu um homem essa tarde,
lá onde os frios fazem carne com terra e humano.
O ganancioso deixou escapar seu ódio
através da mão,
mão suja por ordem estatal.
Mão perversa que jogava miséria e morte,
lá, onde o frio e o rio se fazem um,
com qualquer homem.
O sicário desprezando esse sorriso
que ilumina planetas,
perseguiu e obrigou
à mesma morte que deixara
seu manto de sono sobre esse sorriso,
sorriso que derramava rebeldia
cada vez que os dentes se assomavam,
e esses dentes rasgavam com firmeza
as maldades de um mundo de ego e avidez
de dinheiro e poder.
Poder que aquele sorriso e seu dono
desprezavam.
O mísero homem, escravo do perverso juiz
disparou sua própria miséria,
sua inveja assassina,
inveja que o escravo tem do livre,
do anarquista que libera pássaros
nas tatuagens e nos poemas.
O assassino não deveria sorrir nunca,
o assassino silenciou a voz
de quem embalava a terra do sul
e o lamento do irmão mapuche,
ele com seu sorriso abraçava
em seu peito
em sua música
em seus solidários passos
em sua precipitada morte,
ele os segue cantando.
E o seguirá fazendo, porque o gendarme assassino
não conseguiu o que queria.
O sicário apagou o corpo mas ao fazê-lo
o multiplicou em milhões,
a partir de apagar o sorriso de Santiago,
no mundo nasceram milhões e milhões
de sorrisos fraternos,
sorrisos que são raiva transbordando
que são poema e flama rebelde
enquanto o recordamos sempre,
com um punho ao alto e o peito desnudo
e cravado no coração seu nome, SANTIAGO.
Susana Esperanzapia Himura (A)
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Manhã de inverno
A borboleta se esquenta
No raio de sol.
Guilherme Lucas da Silva – 11 anos
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!