Evento acontece entre os dias 21 e 23 de setembro, no Centro Social Cordon Nordon, J. Requena 1758, esquina Daniel Munoz, Montevidéu.
A máquina do capitalismo continua sua colonização em cada esfera de nossas vidas, mercantilizando as relações e arrasando com o ecossistema. A civilização se mantém enquadrada em sua rotina produtivista e consumista, enquanto o desenvolvimento vai sofisticando os dispositivos de vigilância e repressão, que mantém o olhar sobre todos aqueles que rompam com os códigos impostos e alterem a normalidade.
Vivemos em tempos de excesso de informação, onde os meios de comunicação de massa são cada vez mais eficientes na tarefa de formar verdades absolutas, construídas mediante relatos que propiciam o medo e a submissão que fazem o jogo do domínio estatal. Aumenta a cegueira montada pelo show midiático do espetáculo, gerando um foco de atenção manipulado e recortado ao gosto dos poderosos. Isto assegura ainda mais a dependência e o culto às instituições punitivas e repressivas, assim como favorecem os velhos mecanismos de tipo militar e a “mão dura”, que são outro sintoma de descomposição social.
O planeta se encontra na etapa de colapso ambiental, fruto dos métodos produtivos capitalistas que dominam o entorno, provocando nele uma sistemática decadência que, por consequência, deriva em um assassinato e empobrecimento da vida.
Enquanto a democracia oferece uma política tranquilizante que está baseada no diálogo e na mediação, os governos de direita ou de esquerda oferecem diversas maneiras de gerenciar a mesma miséria, deixando rédea solta às macro-empresas e multinacionais exploradoras. As soluções reformistas emanam por todos os lados como comprimidos entorpecentes, propiciando a reacomodação de um sistema que perpetua sua hegemonia e trata de conseguir uma aparência mais benevolente e aceitável.
Como anarquistas e antiautoritários nossa posição deve ser firme e sustentada. Se desejamos ser protagonistas da mudança social e nos encaminharmos para um mundo de solidariedade recíproca, onde cada individualidade conviva com as outras em total liberdade, devemos combater o monstro capitalista em todas as suas facetas e variantes. O enfrentamento é inevitável enquanto mantenhamos intacta a convicção de transformação, mas devemos pensar estrategicamente. Traçar um imaginário prático revolucionário no presente é um desafio necessário e vital, porque assumir a responsabilidade ante um mundo que se desmantela em pedaços requer um compromisso incorruptível, no qual não funcionam os meios termos. Por isso convocamos à Sétima Feira do Livro Anarquista, para levar a cabo instâncias de reflexão e diálogo que alimentem nossa capacidade de inserção no presente, já que agora é quando mais é preciso que nos exercitemos para desenvolver uma força criadora que abra passagem a outra forma de vida.
Temos que repensar formas dinâmicas de nos defendermos dos poderosos e dos seus títeres, dos responsáveis pela devastação. Já é hora de ampliar e propagar a prática transformadora como potência de uma vida em liberdade, contraposta aos interesses dos políticos e empresários que buscam a nossa aprovação conformista. É necessário substituir a passividade instalada por uma atitude vivaz e rebelde, que contagie para o desejo de mudança, que anime a nos reafirmarmos sobre as bases da auto-organização horizontal como modelo generalizável. Ainda temos muito que pensar e projetar nesta direção, porque baixar a guarda e resignar-se não é opção para os amantes da liberdade.
Grupo organizador da Sétima Feira do Livro Anarquista de Montevidéu
feriaanarquistamvd.wordpress.com
Tradução > Sol de Abril
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dos negros corvos
António Barroso Cruz

Perfeito....
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!