por Juan Agustin Maraggi | 15/08/2018
O grupo Los Ingobernables acaba de lançar um novo álbum, “Bakunistas”; uma ode ao DIY (faça você mesmo), a combatividade e o anarquismo para expressar a raiva que não para de se acumular.
Raiva e ativismo, essas são as palavras que podem definir Los Ingobernables. Desde 2006 – e com uma pausa no meio – eles estão fazendo um hardcore-punk direto e violento, como sua mensagem. A banda foi criada em conjunto entre amigos que iam se cruzando no caminho, Guillermo Mármol tomou isso como um projeto paralelo ao Eterna Inocencia, juntamente com membros da Animo, Backside entre outros e com vários colaboradores, coros e conhecidos que foram passando em todos estes anos de formação.
No ano passado, os meninos se reuniram para tocar num festival em apoio aos trabalhadores demitidos da PepsiCo, alguns meses depois já estavam no Teatro de Flores com a mítica banda californiana Bad Religion. “Nós tocamos muito em eventos de apoio, e essas datas são tão importantes como a de Flores”, manifestaram-se em várias notas. A banda pisa forte no underground, seja nos cenários armados com mesas ou caixas de cerveja, em festivais em solidariedade e em recitais de reivindicação por demissões ou diversas problemáticas ou em lugares conhecidos. Em 2017 eles lançaram sua última gravação, um split de 7″ com seus parceiros de luta; os Hermanxs de la Mente Furiosa.
Suas letras nunca foram ambíguas e nos costumaram a ser uma crítica constante. Ninguém é salvo: a Igreja, o Capitalismo, a polícia, a especulação imobiliária, o Menemismo, a direita, o Kirchnerismo, ninguém. Análises políticas, históricas e geopolíticas são intercaladas com gritos de protesto.
Há fogo aqui? ou não?
A banda vinha agitando as redes há um tempo, “nossas letras são concretas e hiper-realistas”, disseram repetidas vezes. Eles não se confundiram vendendo a saída do disco assim; cada letra se tornou um manifesto.
Bakunistas será editado em vinil de sete polegadas e doze minutos de alcance para ouvir oito músicas que aprofundam uma ampla gama. Patito del Mosad inicia o disco. Em trinta segundos, podemos acessar uma minibiografia da ministra da Segurança, Patricia Bullrich. Gritam para expressar a rejeição das suas políticas e discursos e para lembrar sua ligação com Mario Montoto, um empresário e ex-assessor de Scioli, que atualmente atua como ligação da Ministra com o Estado de Israel.
Nós não vamos retratar todas as músicas uma por uma para não lhe aborrecer ou tirar os méritos do disco. Mas temos referências a tudo e de tudo; Alejandro Saidan – que vendia cocaína dentro do Congresso Nacional e sua multa de cinquenta pesos simbólicos; o papel da justiça; a necessidade de retomar Bakunin; o legado da ditadura; o papel do hardcore; a CIA; a pátria; a perseguição policial e até a Coca-Cola. O ponto alto está em Basta de hablar de sk8 e uma crítica que atira para todos os lados.
A última música deve levar uma nota inteira, Lluvia de piedras / Semana Trágica é transformada em um encerramento que não deixa dúvidas sobre a intenção do álbum: você tem que lutar.
“¡Lluvia de piedras sobre la Plaza! / Un skater y una flor/ Cae el mazazo sobre la estatua/ ¡CGT: Cueva de Ratas!/ ¡Balas y Represión!/ Abre el Congreso/ comienza el show/ los mercenarios/ ya están mintiendo/”.
A referência é clara, eles falam de repressão durante os debates da Reforma Previdenciária, ou falam de todas? Em suma, é a ideia, fala de resistência, de como se levantar, de quem são os que sempre se sobrepõem. Esta teoria é confirmada por si só, a música é misturada com o poema Semana Trágica, uma espécie de recitação que se baseia no texto do anarquista dos anos 20, Fernando Gualtieri. A premissa é simples: ontem, hoje e sempre, o caminho aí está.
A espera valeu a pena, Guille e companhia cuspiram tudo e nada foi salvo. Bakunista se tornou o álbum mais combativo e direto do ano. Entre o faça você mesmx e a autogestão, Los Ingobernables vieram a semear essa necessidade de não abaixar os braços e avançar.
>> Ouça o disco completo aqui:
https://losingobernableshc.bandcamp.com/album/bakuninistas?from=embed
Fonte: http://corriendolavoz.com.ar/los-ingobernables-cuando-el-anarquismo-se-hace-cancion
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Manhã de frio —
Apoiado num só pé
O papagaio dorme.
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!