Segundo o Ilustrador David Lester, a graphic novel deve ficar pronta em mais ou menos um ano. A seguir, a apresentação da obra.
No final, estamos mais sozinhos do que nunca (título provisório)
Uma graphic novel [novela gráfica] sobre o último ano de vida de Emma Goldman, uma entre os maiores oradores e radicais da esquerda em toda a história, falecida em Toronto, em 1940.
Helen, uma novelista excêntrica e bem-sucedida, aceitou conceder o último desejo de sua mãe, no leito de morte: completar um livro sobre sua heroína, Emma Goldman, uma anarquista radical. Mas não poderiam ser apenas palavras, tinha que ser uma graphic novel, porque segundo a mãe de Helen, “Não se lê mais em prosa”. Como se isso não fosse irritante o suficiente, Helen se vê obrigada a trabalhar com Eric, um ilustrador sem experiência com graphic novels, mas que “prepara uma boa xícara de chá”, segundo sua mãe. Somando-se ao estresse de Helen está o fato de que sua mãe já havia procurado uma editora, e o prazo final de entrega do livro era para dali a um ano.
Assim começa a corrida de Helen e Eric para criar um livro a partir do primeiro e rudimentar esboço da mãe da novelista. Helen é rígida, criteriosa e detalhista, enquanto Eric é indisciplinado mas tem vocação para criar arte inventiva e cinematográfica. Helen é feminista, Eric é aparentemente apolítico. É nesse contexto que os dois conduzem a criação de uma biografia ilustrada baseada nas cartas que Emma Goldman escreveu no Canadá durante seu último ano de vida.
Helen e Eric descobrem uma vida de Emma repleta de detenções, espancamentos, prisões, deportações, exílio e a melancolia de ideais irrealizados. Ambos começam a se perguntar, “Como isso é possível”? (que Emma tenha permanecido uma radical engajada por 50 anos).
Durante aquele último ano no Canadá, enquanto o nazismo invadia a Europa e a Segunda Guerra Mundial começava, Emma levantou a bandeira da liberdade de expressão e travou uma batalha para salvar um homem da deportação e da morte. Esse seria o último ato notável de resistência em seus 50 anos como revolucionária.
Enquanto questões sobre verdade, poder e autoridade se levantam entre Helen e Eric, a própria graphic novel se torna um campo de batalha ideológico no qual Emma Goldman entraria com prazer. Mas um prazo de entrega se aproxima e há trabalho a ser feito.
Quanto à ilustração, ela irá referenciar as técnicas visuais do film noir executadas em aquarela com o intuito de evocar as seções históricas da vida de Goldman em Toronto, em 1939. Segmentos dos dias atuais serão ilustrados de uma maneira mais livre e audaz, a qual vai se utilizar de linhas simples e lápis aquarela. De maneira geral, vou criar o livro em aquarela e tinta acrílica, lápis e caneta.
QUEM FOI EMMA GOLDMAN?
Emma Goldman (27 de Junho de 1869 – 14 de Maio de 1940) foi uma anarquista, feminista e revolucionária conhecida por seu fervoroso ativismo político, por sua escrita apaixonada e por seus discursos ressonantes. No recente cenário político, ela certamente teria estado na linha de frente do movimento Occupy e na Batalha de Seattle.
Nascida em Kovno no Império Russo (atual Kaunas, na Lituânia), Goldman emigrou para os Estados Unidos em 1885 e viveu em Nova York, onde conheceu Alexander Berkman, seu companheiro ao longo da vida. Em 1893, ela foi sentenciada a um ano de prisão por tentar incitar trabalhadores desempregados a se revoltarem contra o capitalismo.
Durante o início do século XX, ela falou a audiências de dezenas de milhares de pessoas por toda a América do Norte. Suas palestras e escritos sobre prisões, ateísmo, liberdade de expressão, militarismo, capitalismo, casamento, amor livre e homossexualidade estavam à frente de seu tempo. Suas famigeradas palestras sobre controle de natalidade levaram-na à prisão. Ao longo de sua vida, ela teve que lidar com vigilância e violência policial, ameaças físicas de membros do público e ataques da histeria midiática.
Em 1906, ela fundou a revista Mother Earth, a qual foi eventualmente banida por seus artigos sobre antimilitarismo. Em 1917, Goldman e Berkman foram sentenciados a dois anos na cadeia por sua oposição ao recrutamento de homens americanos para a Primeira Guerra Mundial.
Após ser solta da prisão, Goldman teve sua cidadania americana revogada, sendo deportada para a União Soviética. No início, ela apoiou a revolução na Rússia, para logo descobrir que se tratava, na verdade, de um estado totalitário.
Após escapar da Rússia, Emma foi forçada ao exílio, sendo deportada de países por toda a Europa. Eventualmente, lhe foi concedida uma permissão para residir no sul da França, onde escreveu sua autobiografia de 993 páginas, Vivendo Minha Vida.
Durante a Guerra Civil Espanhola, Emma dirigiu a agência de imprensa em língua inglesa do sindicato anarquista, CNT/FAI, levantando apoio para a luta contra o fascismo. Em 1939, quando o fascismo triunfou na Espanha, Goldman, tomada pelo abatimento por conta da derrota dos anarquistas e do suicídio de Berkman, se mudou para Toronto, no Canadá, onde morreu aos 70 anos.
David Lester
>> Mais infos: emmagraphicnovel.wordpress.com
Tradução > breu
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!