Chamada para ‘campanha phone-zap¹’ contra uma manifestação armada no campus a ser coordenada pela polícia do campus da Universidade Estadual de Kent, protagonizada por grupos de supremacistas brancos
Kaitlin Bennet declarou publicamente ter novamente mudado de ideia e decidido seguir em frente com seu campus: promover uma grande manifestação repleta de nacionalistas armados na Universidade Estadual de Kent, no próximo sábado, 29 de setembro.
Bennet anunciou em agosto que ela pretendia enviar Joey Gibson, o violento nacionalista e fundador do Patriot Prayer, para todo o país, a fim de disseminar o ódio, com o intuito de catalisar uma dinâmica crescente de violência da extrema direita.
Por anos, Gibson aterrorizou comunidades da costa oeste ao reunir fascistas, neo-nazis, e supremacistas brancos para criar espaços que normalizassem essas ideias e arrebanhar pessoas que pudessem contribuir com o objetivo de “limpar as ruas”, varrendo todos aqueles que julgam serem inimigos do seu discurso de ódio.
Depois de muita indignação pública, Bennet fez uma débil tentativa de acalmar os ânimos através de uma manobra, e fingiu que o evento estava cancelado. Quando a mentira foi descoberta, ela negou o cancelamento e decidiu mais uma vez estar à frente da manifestação, encorajada pelo fato de que agora não somente ela está se organizando abertamente com supremacistas brancos da American Guard – um braço do Vinlanders, grupo de supremacia branca responsável por no mínimo oito assassinatos – mas também a polícia do campus da Universidade Estadual de Kent se juntou a ela no plano fascista e está ajudando a criar um espaço seguro para essa manifestação de extrema direita fortemente armada, a acontecer em um campus universitário, para intimidar o corpo docente e discente.
A informação começou a vazar da universidade, indicando que possivelmente centenas de policiais, incluindo unidades inteiras da SWAT, irão invadir o campus a fim de permitir que violentas organizações racistas se reúnam tranquilamente. Isso faz com que os alunos da universidade, especialmente os alunos que não são brancos, corram o risco de sofrer violência não apenas dos nacionalistas brancos, mas também da polícia, cuja presença majoritária e militarização apresenta uma provável ameaça de violência e repressão às comunidades oprimidas.
Por facilitar abertamente essa atividade com Kaitlin Bennet, que já provou não se importar de ter sua imagem ligada à colaboração com organizações racistas, e por intensificar a presença da polícia armada, o campus está se tornando um perigo para a segurança e o bem-estar do corpo estudantil.
Entrem em contato
Entrem em contato com Beverly Warren, presidente da Universidade Estadual de Kent, e exijam que a universidade pare de facilitar ameaças de nacionalistas brancos à comunidade da universidade.
Liguem para 330-672-2210 ou enviem um e-mail para president@kent.edu e façam-se ouvidas/os.
Todos e todas juntos para derrotar a supremacia branca!
The Cleveland Antifascist Network
Fonte: https://itsgoingdown.org/call-in-demand-kent-state-stop-racist-intimidation/
>> N o t a:
[1] Como organizar um Phone-Zap
Campanhas “Call-in”, também conhecidas como “Phone-zap”, vêm se tornando uma ferramenta frequentemente utilizada por muita gente. Seja ligando para penitenciárias para tirar alguém da solitária ou conseguir acesso ao mundo exterior, contra proprietários em batalhas por ocupações, para conseguir que trabalhadores sejam contratados, ou tentativas de demissões de fascistas, mais e mais grupos estão usando a tática em batalhas cada vez maiores.
Por quê?
Proprietários, membros da câmara municipal, corporações e oficiais penitenciários operam em estabelecimentos que ainda precisam de acesso telefônico para fazer negócios. Inundar os estabelecimentos com chamadas telefônicas faz com que efetivamente se bloqueie uma parte de sua operação, além de por vezes garantir sua mensagem confundindo um funcionário. Não é como escrever uma carta a um congressista – ninguém está fazendo um apelo ao poder estabelecido. Não se trata de se travar um diálogo, mas de induzir uma crise para voltar o poder para nós. Pense nisso como o que seria um ataque DDOS (ataques que buscam tirar servidores do ar) de antigamente, que usa ligações telefônicas em vez de ataques a servidores para derrubar um alvo. Essa parcela de crise operacional ajuda a obter concessões ou recuar repressões que não caem muito bem à luz do dia.
Como?
Redija uma concisa chamada para ação
Você estará provavelmente falando para apoiadores e aliados que não precisam ser polemicamente convencidos. Se há muito material extra conveniente, você pode disponibilizar links ou referenciar outros artigos ou postagens necessárias para o esclarecimento do caso. Um bloco textual imenso reduz a motivação do leitor e a possibilidade de engajamento do mesmo.
Redija um texto-exemplo
Muitas pessoas são inseguras e um tanto relutantes no tocante a entrar em contato com figuras de autoridade ligadas a instituições hostis. Disponibilizar um exemplo de uma breve mensagem ajuda a transmitir os pontos pertinentes, garante participantes e dá a eles algo para seguir e talvez expandir.
Escolha seus alvos
Escolha alvos que sentirão a pressão e que estão de alguma maneira vulneráveis. Phone-zaps para prisioneiros envolvem lidar com burocracias estatais e administrações penitenciárias. Evite funcionários de relações públicas e diretores estatais, pois já é o trabalho deles mentir e lidar com situações delicadas sob pressão.
Em prisões, por exemplo, os supervisores são basicamente administradores intermediários que temem perder seus empregos. Isso é vulnerabilidade. O ponto é ter uma análise organizacional e política da instituição com qual você estará lidando. Escolha alvos que trarão resultados ou que estão vulneráveis acima de qualquer coisa.
Uma vez que você tenha identificado os alvos, ligue para eles e tenha certeza de que os números e endereços estão ativos e corretos. Não há nada pior que levantar uma campanha, enviando milhares de mensagens para números e endereços que estão incorretos ou inativos.
Escolha uma hashtag
Uma hashtag vai ajudar a disseminar o caso, promover o Phone-zap e ajudar a se organizar quanto a quem está participando.
Ofereça vários números
Uma vez que alguém se compromete a participar, esse alguém não se importaria de ligar para vários números. Organize-os em ordem de importância e, principalmente, teste os números.
Além do mais, quando há muita gente ligando e levando uma enxurrada de ligações para os estabelecimentos, pode ser difícil conseguir contato pois a linha estará ocupada. Dê às pessoas vários números para ligarem e eles continuarão tentando, mudando de um número para o outro.
Promova o Phone-zap
Notificação prévia e divulgação persistente podem transformar um pedido em vão em um evento que vale a pena e que é estratégico, bem pensado e apoiado. Como em qualquer outra campanha de alcance por meios virtuais, considere quando as pessoas estão online e como elas mantêm contato.
Determine uma data-limite
Determine uma data para derrubar o estabelecimento em questão. Ligações gotejando durante uma semana não causam impressão. Torne o pedido pelo tempo de um aliado tão concreto quanto possível. Pode ser inclusive que se especifiquem grupos de pessoas para ligar em determinados períodos de tempo, para garantir que os telefones continuem tocando ao longo do dia.
Atualizações ao vivo
No dia ou nos dias do Phone-zap, tenham uma ou mais pessoas fazendo a transmissão ao vivo das atualizações, por meio das redes sociais, em tempo real. Isso ajuda a combater as inevitáveis mentiras dos funcionários, agrega visibilidade ao Phone-zap e dá apoio às pessoas que estão ligando.
Itens a serem destacados:
– comentários estúpidos de funcionários
– relatos de linhas telefônicas derrubadas
– mentiras sendo contadas por funcionários
– números de pessoas ligando
– falas de participantes sobre as ligações
Use a hashtag para seguir pessoas que estão ligando, reposte e evidencie essas pessoas.
Informe os objetivos alcançados
Quando a ação terminar, informe imediatamente as pessoas sobre os resultados, e para que elas saibam o efeito que suas ações alcançaram. Mantenha o comprometimento e a energia. Muitos esforços políticos são como gritar para um buraco negro, tendo pouco resultado ou sucesso substancial, sendo muito cansativo e insustentável. Ações por ligação telefônica de fato alcançam resultados imediatos
Fonte: https://incarceratedworkers.org/resources/how-organize-phone-zap
Tradução > breu
Conteúdos relacionados:
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2018/08/07/eua-resistencia-antifascista-em-portland/
agência de notícias anarquistas-ana
Minha voz
Torna-se vento
Coleta de cogumelos.
Shiki
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!