por Adriana Oger e Daniel De Lucia
Na opinião daqueles que escrevem a história da humanidade, nunca houve um fluxo de ideias ou visão do mundo mais suscetível de ser reapropriada desde o campo das artes, como o anarquismo libertário. Questionamento do poder, iconoclastia anti-institucional, desafiando todas as regras, a exaltação de uma ética da solidariedade que anda de mãos dadas com a reivindicação da soberania absoluta do indivíduo, mesmo para além do limite de egoísmo. A projeção de certo imaginário anarquista no cinema argentino ultrapassa o campo dos filmes históricos que focam suas lentes nas lutas sociais.
O ideal anarquista ou ácrata baseia-se em ideias e princípios que fundem intrinsecamente o caráter trágico e criativo da existência humana. Além disso, a amplitude, flexibilidade e até mesmo as tensões do anarquismo em suas inúmeras faces históricas são um verdadeiro convite à sua apropriação desde a literatura, a arte, a música e as artes audiovisuais. E, sem dúvida, a assim chamada sétima arte que pode coletar elementos de diferentes artes em si não foi a menos apropriada para representar a história do ideal ácrata a partir dos alcances e dos limites da imagem/tempo.
Na história do cinema mundial, o curso histórico do anarquismo como um movimento social, como um modo de pensar e como uma cultura contrapolítica, ocupou não poucos quilômetros de celuloide. Há os filmes de Jean Vigo, René Clair, Lina Wetmuller, Luis Buñuel, Gulio Montaldo, Vicente Aranda, Liliana Cavani, Jean Luc Godard e muitos outros como um exemplo. Sem dúvida, aqueles países nos quais o movimento anarquista tinha características de massa é onde a história libertária deixou sua maior marca no imaginário cinematográfico (Itália, Espanha, França). Deste lado do oceano é certamente na Argentina, onde o anarquismo foi a tendência ideológica dominante no movimento operário até o início da terceira década do século XX, o país cuja cinematografia se ocupou de forma mais abundante da abordagem de tópicos libertários entendidos em um sentido amplo. Na realidade, não há tantos filmes argentinos que tenham tomado como linha central de argumentação a grande história do anarquismo crioulo e suas páginas mais vibrantes na história das lutas sociais em nosso país.
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Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
tão longa a jornada!
e a gente cai, de repente,
no abismo do nada
Helena Kolody
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!