por Repatriado | 01/10/2018
Durante sua visita a Nova York, o Sr. Díaz-Canel, para muitos um boneco de Raul Castro, foi homenageado em um encontro com personalidades da cultura americana, no infame edifício Dakota.
Entre as figuras que tão entusiasticamente prestou homenagem ao Sr. Díaz-Canel sobressaíam hollywoodianos como Bennett Miller, Katy Holmes, Dakota Johnson, celebridades como Chris Martin do Coldplay, Patty Smith, os rappers Nas e Q-Tip ou Jon Baptiste.
Como no mundo progressista mais acriticamente tudo se encaixa, o muito comunista Díaz-Canel também ombreou alegremente com burgueses milionários como o divertido fundador do Studio 54, Ian Schrager, também com Juliana Hatkoff, os Neidich e, claro, Carole e Alex Rosenberg, orgulhosos colecionadores de arte e fundadores do Festival de Cinema de Havana de Nova York, um encontro conhecido por censurar filmes desconfortáveis para o Governo cubano.
Mas entre tanta fama, dinheiro e talento se destacava liderando o grupo entusiasta o outrora grande ator Robert De Niro.
Apesar de ser um grande ator não faz que sua opinião seja mais ou menos respeitável que a de um bom jardineiro, sendo uma figura imensamente pública, essa demonstração de afeto pelo líder cubano se torna um elogio para o que isso representa.
Esta estranha situação, em que uma pessoa com uma fama de liberal [no sentido americano] e de ativista social opta por mostrar apoio público para um personagem cinza que representa a ditadura mais antiga no Ocidente, merece alguma reflexão.
Robert De Niro é um milionário. Não é contraditório receber o representante de um Governo que não reconhece a liberdade comercial?
Robert De Niro expressa publicamente suas opiniões políticas. Não é contraditório receber o representante de um Governo que amordaça a liberdade de expressão?
Robert De Niro pode viajar sempre que quiser. Não é contraditório receber o representante de um Governo que restringe a livre circulação nacional e internacional dos seus cidadãos?
Robert De Niro age livremente em filmes como Wag the Dog. Não é contraditório receber o representante de um Governo que censura a arte?
Robert De Niro pode se encontrar com quem desejar. Não é contraditório receber o representante de um Governo que firmemente restringe a liberdade de associação?
É este o Governo sob o qual eles gostariam de viver, Robert De Niro e seus amigos milionários? É este o Governo que desejam para os Estados Unidos? Se assim for, eles poderiam se mudar para Cuba, mas se não, por que diabos eles recebem o representante desse Governo com honras e lhes servem como legitimadores públicos?
Será que Robert De Niro e seus amigos sabem o que aconteceria com um cubano, famoso ou não, se ele decidisse receber o presidente dos EUA ou falasse publicamente mal do Governo cubano? Eles devem saber. Não lhes importa? Como eles justificam isso?
Eu entendo e compartilho o ódio, sim, ódio, que Robert De Niro sente por Trump, mas por favor, entenda, esse personagem que envergonha o mundo foi escolhido por seus concidadãos e, em breve, desaparecerá da história. Sabes Robert de Niro e seus amigos quem elegeu Díaz-Canel, e que o povo cubano não tem nada a dizer sobre quanto tempo durará seu mandato? Não se importam?
Faço minhas as palavras sábias que Robert De Niro dirigiu a Trump durante a premiação no Tony Awards, e eu digo a ele agora, foda-se Robert De Niro!
Fonte: https://florealanar.wordpress.com/2018/10/09/les-idiots-americains-utiles-du-regime-cubain/
Tradução > Liberto
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agência de notícias anarquistas-ana
Mundo de orvalho,
não mais que um mundo de orvalho.
Só que, apesar disso…
Issa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!