Um percurso íntimo através da vida dos irmãos Jesús, Ricardo e Enrique Flores Magón, assim como suas relações, marcadas pela união, a separação e a reconciliação, é a proposta da exposição Anarquistas. Livros, Regeneração e Revolução dos Flores Magón, no Museu Nacional da Revolução.
O titular da Secretaria de Cultura da Cidade do México (SCCDMX), Eduardo Vázquez Martín, e Diego Flores Magón, descendente dos lutadores sociais e curador da exposição, se encarregaram de abrir as portas desta exposição.
A rota vital dos Flores Magón é refletida na montagem que está aberta ao público desde 27 de setembro mediante documentos e peças, alguns inéditos, que recuperam também uma época convulsa de ideias libertárias e de direitos sociais da qual estes revolucionários foram atores de destaque.
“Se há uma palavra, um conceito mal entendido nos últimos anos, é o do anarquismo e entender esta expressão de pensamento é urgente; crer que este é uma forma irracional e inútil da violência é uma enorme confusão”, expressou Eduardo Vázquez.
Os irmãos Flores Magón, disse, “trouxeram a nossa cultura, compartilharam dentro de nossa vida política a ideia do anarquismo como a crítica ao poder, à injustiça, o amor à imaginação e o imenso respeito à palavra. O pensamento anarquista nos legou o imenso ódio à tirania absoluta, desconfiança do poder como fonte de corrupção”.
Por isso, agregou Eduardo Vázquez, o pensamento dos irmãos Flores Magón é muito pertinente, assim como sua ideia de uma regeneração que nasce da solidariedade humana, o respeito à palavra, ao trabalho coletivo e da resistência a qualquer forma de opressão e tirania.
“Encontrar-se agora com os Flores Magón neste monumento (o Museu Nacional da Revolução está no sótão do Monumento à Revolução), onde fundamentalmente se tentou dar uma ideia institucionalizada da revolução, em uma forma única do poder, da revolução como simulação das causas profundas, é importante fazer esta exposição aqui, creio que é um ato de desagravo ao conceito de revolução”, expôs.
Diego Flores Magón comentou que a montagem pretende constituir “um arco grande, um arco quase total que compreende a vida dos irmãos revolucionários, desde a origem, sua vida estudantil, as circunstâncias que os movem à ação política e também documentos mais ou menos comuns da vida familiar como cartões de felicitação ou poemas”.
Na exposição Anarquistas. Livros, Regeneração e Revolução dos Flores Magón, acrescentou o também diretor da Casa de El Hijo del Ahuizote, se buscou plasmar os elementos que podem ilustrar os três eixos que moveram o pensamento e a luta destes personagens históricos: a revolução, a imprensa e o cárcere.
A mostra consta de 116 manuscritos, vários livros, 28 periódicos, 56 fotos e 28 objetos pertencentes ao acervo da Casa de El Hijo del Ahuizote. Na montagem alguns documentos inéditos correspondem a cartas amorosas, desenhos, instrumentos musicais, vislumbres sobre a juventude, notícia de passagens pouco conhecidas da vida destes irmãos.
A exposição Anarquistas. Livros, Regeneração e Revolução dos Flores Magón, permanecerá aberta ao público até janeiro de 2019 no Museu Nacional da Revolução, recinto da Secretaria de Cultura da Cidade do México (SCCDMX), que se localiza na Plaza da República s/n, colônia Tabacalera.
Tradução > Sol de Abril
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