Sobre a invasão absurda da polícia em uma biblioteca anarquista em Buenos Aires nesta quinta-feira, 15 de novembro.
“Nada de importante, parece tudo muito arrumado aqui dentro”, garante uma “alta fonte” da polícia a um jornalista do Infobae. Por ordem do juiz Julián Ercolini, os membros da PFA (armados para um combate feroz) inspecionam um local libertário da rua Brasil 1500, no bairro de Constitución, onde funciona o Ateneu Anarquista da Constitución(ateneoanarquistadeconstitucion.espivblogs.net) no espaço do que foi a antiga Federação Libertária Argentina (FLA). Uma das bibliotecas mais reconhecidas sobre anarquismo da Argentina.
“Nada importante”, disse um policial aos repórteres, depois de esmiuçar a biblioteca. Impossível não trazer à mente a lembrança de Emilio Mignone: Quando o coronel Jorge Alberto Maríncola entrou no campus da Universidade Nacional de Luján (UNLu), e saiu para ver o que era o reitor Emilio Mignone. Pensando seguramente em “uma cova de subversivos”, a primeira coisa que o militar fez foi perguntar:
Onde estão as armas?
“Na biblioteca”, respondeu Mignone.
Maríncola não captou a ironia e mandou vasculhar a biblioteca. Seus soldados não encontraram nada. Nada mais que livros. Que arma mais perigosa para o poder autoritário que os livros?
Livros, como em 1976, hoje. E a mesma estupidez policial. O mesmo absurdo. As mesmas armas perigosas.
Revista Sudestada
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!