Vamos falar sobre o caso do fim do Projeto Mais Médicos no Brasil?

por Federalista Ácrata | 15/11/2018

Bem, é claro que o intuito do Bolsonaro era cancelar o programa. Em seu projeto, se é que pode chamar aquilo de projeto, já falava que ele iria querer cortar o dinheiro dado ao governo cubano, e pagar somente ao profissional. Já sabia que ele queria cancelar o projeto, mas que não ia tomar a medida impopular assim, e fez condições que Cuba não aceitaria, que é receber parte do dinheiro do profissional.

Acontecia desde 2013, quando começou o projeto, que muitos reacionários se incomodavam com ele. Por que era um projeto ruim? Piorou a saúde do país? Não, porque era do PT.

Sempre se via várias críticas ao programa, mas nada concreto. Até teoria da conspiração, alegavam que eram soldados cubanos que iam pegar em armas e ajudar o PT a implantar a ditadura do proletariado.

Mas precisamos sair destas linhas de pensamentos tão simplistas, ingênuas na prática, mas perigosas nas consequências. Os médicos cubanos ajudaram muito o país. Melhoraram, e muito, o problema grave que é a Saúde no país. Estava longe de resolver todo o problema, mas amenizou bastante na questão de faltar médicos para atendimento.

Porém, com toda a intenção e disposição em desagradar gregos e troianos, é preciso dizer que o projeto em si, para o médico cubano, é o exemplo clássico de que o Marxismo não liberta o trabalhador de seus algozes.

Ele continua tendo a sua força de trabalho roubada, só que o patrão passa a ser o Estado. E Cuba roubava do trabalho dos médicos. Muito mesmo.

Marxistas, tal como os reacionários, aliás, tão reacionários quanto, vão dissimular e justificar suas ideologias simplistas e maniqueístas, dizer que o Estado tinha o direito de receber isso porque dava educação para que o indivíduo se tornasse médico.

Se você concorda com uma linha de pensamento dessa, você está no período errado, deveria voltar uns 500 anos, onde acha que o Estado monopolista, proprietário de bens inigualáveis em comparação ao indivíduo, inclusive bens territoriais, ao usar de seu monopólio, que restringe a todos, o acesso a uma formação, se tornar dono da produção daquele indivíduo.

É algo desumano, é escravista. É considerar o indivíduo propriedade monopolizada do Estado, o qual a sua produção deve ser paga àquele que comprou o direito de usufruí-la.

Não sabemos como Bolsonaro vai lidar com a questão da saúde. Provavelmente de modo ruim. As empresas de Planos de Saúde é que devem estar felizes.

No Brasil onde até a saúde privada é deficiente, você tem muita demanda para médicos privados, e pouca oferta. A situação dos problemas na saúde pública, eram parcialmente contornados com um programa que ajuda a curto prazo a resolver o problema de falta de profissionais. Tirar da saúde pública, que também tinha muita demanda, é algo bem grave e irresponsável.

Sim, temos um presidente irresponsável. É preciso dizer isso. O maior prejudicado não será Cuba. Seus médicos serão muito bem recebidos em qualquer outro país que aceitará as condições exploratórias de Cuba.

Mas o Brasil ficará sem médico para tratar o seu povo, e com um presidente que não quer investir em educação superior, que diz que brasileiro tem tara por formação superior, sei que ele não vai resolver a falta de médicos com formação básica e média.

agência de notícias anarquistas-ana

Neblina sobre o rio,
poeira de água
sobre água.

Yeda Prates Bernis