por Thiago Lincolins | 30/11/2018
Em 1948, Nicolás Sánchez-Albornoz pegou a seis anos de prisão em campos de trabalho forçado por escrever “Viva a Universidade Livre!”. Ele fez de novo, e com várias razões
Passaram-se setenta anos desde que o jovem estudante de história Nicolás Sánchez-Albornoz foi condenado a seis anos de prisão em campos de trabalho forçado. O motivo: ele havia pichado o muro da Universidade Complutense de Madri com o slogan “Viva a Universidade Livre!”. O estudante conseguiu escapar e se tornou historiador. Agora, aos 92 anos, Nicolás voltou ao local, para refazer a pichação. “Estou comovido”, disse. “Quando eu estava na universidade, não podíamos imaginar ver um evento como este.”
Foi o auge de um evento de homenagem a Nicolás Sánchez-Albornoz. A data escolhida foi simbólica: 20 de novembro, aniversário de morte tanto de Franco, que faleceu em 1975, quando de José Antonio Primo de Rivera, fundador do partido fascista Falange Espanhola, executado no ano de 1936. Neste dia, é comum que militantes neofascistas celebrem o legado do ditador.
O general Francisco Franco tentou um golpe de estado em 1936, após a derrota do grupo ultraconservador que o apoiava nas eleições. Não conseguiu dominar o país todo e o que se seguiu foi uma brutal guerra civil, em que Franco contou com o apoio da Alemanha nazista e Itália fascista. Com sua vitória em 1939, governaria até a morte, em 1975, num período de brutal repressão. Os seus rastros ainda são visíveis em toda a Espanha.
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