Ontem [27/01] José nos deixou. Companheiro na luta e amigo na vida que deixa uma marca indelével entre aqueles que tiveram o privilégio de compartilhar com ele uma ou mais facetas de sua vida.
Em uma idade (65 anos) que é considerada “cedo” nestes tempos, a implacável morte arrebatou-o de nós. Uma vida curta, sim, mas intensa. Tanto no trabalho como no compromisso social para o qual nunca se desgostava.
Nascido em tempos difíceis (1953) e membro de uma grande família, cinco irmãos –logo, como muitos de seus contemporâneos, tinha que fazer o seu caminho na vida da melhor maneira possível. E apesar de algo estudado, tinha que comer. Então… sua vida profissional começou cedo. Trabalhando na construção e, especialmente, na montagem, ele teve que “desbravar” mais da metade da península a fim de se sustentar até que, bem na década de 80, entrou na fábrica da antiga ENSIDESA Veriña, que desenvolveu seu trabalho profissional até que ele foi aposentado devido à deficiência, por causa do “desgaste” a que ele submeteu o trabalho. Ao mesmo tempo, ele aumentou e fortaleceu uma “consciência de classe” que manteve até o último suspiro.
Quem levamos 40 anos ou mais na CNT podemos recordar que já em 1976 – mesmo na clandestinidade-, militando na Organização Gijonesa (primeiro Sindicato da Construção e depois, no do Metal). E ele era um militante que nunca abundou: Comprometido, Solidário, Sério, Constante, Metódico – organizando as contas ou os arquivos, não houve muitos como ele, o que não impediu que se encontrasse na luta de rua ou no local de trabalho de onde ele nunca se esquivou. E sempre em posição de “participar” e fornecer o que quer que estivesse em sua mão.
Em diferentes ocasiões, ocupou vários cargos na Organização Confederal, tanto a nível local como regional, sem que ninguém se tenha oposto às tarefas de gestão realizadas.
Deixar um filho, Hector, que lhe deu um neto e as maiores alegrias de sua vida nos últimos anos, e uma companheira, Julia, com uma família biológica longa, e uma família Confederal muito grandíssima, entre as quais deixa um vazio que será muito difícil, se não impossível, de substituir.
Embora saibamos que “a morte é o fim da vida” que todos, inevitavelmente, vamos enfrentar, não somos poucos os que pensam que “há pessoas que nunca deveriam morrer.” E este bem poderia ser um dos casos.
Para aqueles de nós que o conheceram e partilharam experiências, nunca deixará de ser uma referência e um exemplo a seguir. Sim, isso nos deixa um grande vazio. Mas, ao mesmo tempo, muitos ensinamentos que, no final, nos ajudarão a garantir que seus esforços não sejam um desperdício.
Se, entre nós, costumamos dizer que “a terra lhe seja leve”, não será o caso. Dos quatro elementos naturais, no final ele não tinha ar. E ele escolheu o fogo. Dizem que “o fogo purifica”. Mas como em José não há nada para purificar, não temos escolha a não ser desejar que “o fogo lhe dê o calor que você, sem dúvida, merece”.
ATÉ SEMPRE, COMPANHEIRO
Fonte: http://cnt.es/noticias/obituario-jos%C3%A9-manuel-gonz%C3%A1lez-1953-2019t
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Na caixa postal
a mão sente a queimadura:
taturana presa.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!