A Confederação Nacional do Trabalho, em resposta ao chamado do movimento feminista e de acordo com os princípios da organização, convocará no próximo 8 de março (8M) uma greve geral feminista de 24 horas em todos os setores, pelo que toda pessoa de qualquer parte do território contará com todas as garantias legais para apoiar a greve.
Quase um ano depois da histórica greve de 8M de 2018 que mobilizou milhões de pessoas em defesa dos direitos das mulheres, as razões que motivaram aquela convocatória seguem plenamente vigentes. As mulheres seguem enfrentando dia após dia uma sociedade capitalista e patriarcal que lhes nega o direito mais básico à não discriminação. A violência que se exerce sobre a mulher, em sua casa, na rua ou no trabalho, deve ser atacada e anulada pelo conjunto da sociedade para aspirar a viver em um entorno mais justo e igualitário.
Como sindicato, a CNT enfrenta cada dia a discriminação laboral que sofrem as mulheres unicamente pelo fato de sê-lo. Nem a legislação atual nem os tribunais protegem o direito da mulher a trabalhar em igualdade de condições que seus companheiros homens. Convênios abusivos, falta de ferramentas eficazes para garantir o mesmo salário para desempenhos de igual valor, enfermidades não reconhecidas próprias do trabalho em setores feminizados, assédios e abuso sexual, são só alguns exemplos das condições que vivem as mulheres em seu entorno laboral.
Ante esta realidade, a CNT convocará a toda a classe trabalhadora a uma greve geral feminista em 8 de março para exigir a eliminação da diferença salarial, tanto direta como indireta, a eliminação dos obstáculos no acesso e promoção no emprego (solo pegajoso e teto de cristal), medidas que facilitem a conciliação da vida laboral e familiar desde a corresponsabilidade, eliminar a reforma da lei de pensões na qual só 23% de mulheres chegará a aposentar-se com 65 anos, assim como o fim de toda discriminação no trabalho ou serviço de casa familiar.
Asim como no ano passado, a CNT se posiciona detrás do movimento feminista e, junto ao resto de coletivos e organizações sociais, seguirá trabalhando para conseguir uma verdadeira mudança política e social onde os cuidados sejam reconhecidos, valorizados e compartilhados.
Porque toda opressão encontrará a CNT pela frente, em 8M sairemos à rua para unir nossa força e contribuir com o êxito da convocatória.
Secretariado Permanente do Comitê Confederal
Tradução > Sol de Abril
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