O anarquista grego Nikos Romanos foi libertado nesta quinta-feira (11/07). Condenado a 18 anos de prisão por tentativa de assalto a bancos e colocação de explosivos em casas de políticos, cumpriu seis anos de prisão. Saiu antecipadamente por bom comportamento e pelos dias de trabalho na prisão, onde acabou o ensino secundário (e passou no vestibular), o que contou duplamente para a redução da pena.
Desde a sua detenção, em 2012, que Romanos, hoje com 26 anos, se tornou em um dos principais símbolos do movimento anarquista grego, apelando à luta armada a partir da cela – isso não teve impacto na decisão de sua libertação. Um dos alvos das bombas de Romanos foi o antigo ministro da Defesa Yiannos Papantoniou, do PASOK (partido socialista).
Assassinato de Alexis Grigoropoulos
Romanos estava com o seu amigo anarquista Alexis Grigoropoulos, de 15 anos, quando este foi assassinado por dois policiais numa esquina do bairro Exarchia, em Atenas, em 6 de Dezembro de 2008. Posteriormente, o policial Epaminondas Korkoneas foi condenado a prisão perpétua e o seu colega, Vassilis Saraliotis, a dez anos de prisão por cumplicidade.
A morte de Grigoropoulos teve um profundo impacto na vida de Romanos, radicalizando-o politicamente ao ponto de optar pela luta armada contra o Estado grego. Mas a morte do jovem anarquista assumiu proporções nacionais.
O assassinato do jovem anarquista resultou na maior sublevação da história recente grega. Os protestos começaram em Atenas, mas propagaram-se em poucos dias a todo o país, acabando por se transformar em uma revolta generalizada. Milhares de jovens saíram às ruas de todo o país contra a violência policial e o Estado, e por lá permaneceram durante semanas, atirando coquetéis molotov, queimando lixeiras e carros e ateando fogo a prédios inteiros.
Na época, o jornal Kathimerini caracterizou a revolta como a “pior na Grécia desde a restauração da democracia em 1974”. Desde 2008 que todos os anos milhares de jovens e não tão jovens, muitos dos quais anarquistas, saem às ruas para relembrar a morte de Grigoropoulos, envolvendo-se em confrontos com a polícia.
Em Novembro de 2015, Romanos, então com 22 anos, apelou numa carta aberta aos jovens gregos para transformarem as manifestações que iam acontecer a pouco mais de um mês num “Dezembro Negro”. “Vão para as ruas, quebrem janelas de lojas, ocupem escolas, universidades e prefeituras, distribuam textos para espalhar a mensagem de rebelião, coloquem explosivos contra fascistas e patrões, coloquem faixas em viadutos e avenidas centrais, inundem as cidades com cartazes e panfletos, explodam casas de políticos, atirem coquetéis molotov contra a polícia”, lê-se na carta inicialmente divulgada no portal antiautoritário Atenas Indymedia e rapidamente divulgada pelos grandes meios de comunicação social gregos.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!