A libertação de Epaminondas Korkoneas veio depois que um tribunal na segunda-feira, 29 de julho, reduziu de prisão perpétua por homicídio premeditado para apenas 10 anos, com base apenas em bom comportamento para o assassino, o que significa que qualquer policial grego pode atirar e matar crianças porque elas não mataram ninguém antes. Outro aspecto escandaloso do caso é que a sentença de prisão perpétua foi reduzida para 10 anos, apesar do fato de que alguns anos atrás durante um julgamento ele disse publicamente no tribunal que “ele não pedirá perdão a um garoto de 15 anos por atirar nele”. Ao mesmo tempo, o policial Vasilis Saraliotis, seu parceiro no crime que estava em patrulha com Korkoneas na noite do assassinato, foi considerado inocente de qualquer crime, apesar do fato de que ele não fez nada para impedir que seu parceiro próximo a ele atirasse.
O assassinato de Alexis Grigoropoulos que desencadeou a Revolta de Dezembro de 2008
6 de dezembro de 2008, minutos depois das 9 da noite – hora h da Revolta de Dezembro. Dois policiais sacam suas armas e uma delas atira contra um grupo de jovens que saem em um sábado à noite, no coração do distrito de Exarchia, no centro de Atenas, uma área com uma longa história de insurreição contra a autoridade e distúrbios por questões socioeconômicas e políticas, habitada principalmente por anarquistas, anti-autoritárixs e liberais. A bala policial encontra no coração e mata Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos.
Assim que a notícia do assassinato de Alexis se espalha, principalmente pela internet, centenas de pessoas do resto de Atenas se reúnem na Exarchia, que é cercada por centenas de policiais, que por sua vez enfurece as pessoas e a vizinhança rapidamente “pega fogo”, com barricadas incendiadas e ataques de pedra contra a polícia, isso durou toda a noite.
Quase na mesma noite, a revolta de Exarchia se espalha por toda a Grécia, com ataques a delegacias de polícia, mesmo em vilarejos. Protestos e manifestações, que se ampliaram para a revolta generalizada na Grécia todos os dias e durante as próximas semanas, enquanto os prédios públicos foram tomados e ocupados por manifestantes em dezenas de cidades e vilas em todo o país.
Fora da Grécia, manifestações de solidariedade, revoltas e confrontos com a polícia local também acontecem em mais de 70 cidades ao redor do mundo, incluindo Londres, Paris, Bruxelas, Roma, Dublin, Berlim, Frankfurt, Madri, Barcelona, Amsterdã, Haia, Copenhague, Bordeaux, Colônia, Sevilha, São Paulo, assim como Nicósia, no Chipre, e Paphos provam pela primeira vez antes da “Primavera Árabe” que as pessoas podem divulgar as notícias e reagir através de protestos pelo mesmo motivo em todo o mundo, de São Francisco à Wellington e de Buenos Aires à Sibéria.
Enquanto a agitação foi desencadeada pelo assassinato de Alexis Grigoropoulos pela polícia, as reações duraram por muito tempo simplesmente porque estavam enraizadas em causas mais profundas, como a próxima crise financeira um ano depois, que já era sentida pelas classes mais pobres e pelas gerações mais jovens, taxa de desemprego e um sentimento de ineficiência geral e corrupção das autoridades, instituições e políticos de direita do estado grego (principalmente dos partidos Nova Democracia e PASOK).
>> Assista o vídeo (10:37) aqui:
Tradução > keka
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