A problemática ambiental nas últimas décadas tomou uma nova dimensão por conta de seu alcance e intensidade. Os trabalhadores e as trabalhadoras conscientes, sabem que os diferentes episódios climáticos são gerados pelo modelo de vida que levamos no planeta, ou seja, pelo capitalismo. Este sistema baseia sua energia em energias fósseis (petróleo, carbono e gás) que estão se esgotando. Os gases do efeito estufa gerados geram o atual aquecimento global. Assim as temperaturas são cada vez mais altas e têm como consequência o degelo massivo. Grandes chuvas ocorrem em curtos períodos de tempo, causando inundações, deslizamentos de terra, perdas de colheitas, etc. Grandes incêndios devastadores e secas são cada vez mais comuns em mais e mais partes do planeta.
Na atualidade já se aponta a mudança climática como uma das causas das migrações: calcula-se que mais de 20 milhões de pessoas se deslocaram por consequência de secas, inundações, desertificações, entre outras consequências devastadoras como o aumento de fenômenos climáticos extremos: ciclones tropicais, inundações massivas que já afetam mais de 40 milhões de pessoas na Ásia Meridional ou secas catastróficas que geram deslocamentos forçados. E também a elevação do nível do mar devido ao derretimento das geleiras ou das placas de gelo polar, com a consequente inundação de terras aráveis e salinização do lençol freático costeiro.
A mudança climática e a crise no ciclo de carbono, hídrica, de fósforo e de nitrogênio; a acidificação de rios e oceanos; a contaminação por plástico, por herbicidas e pesticidas, a perda crescente e acelerada da biodiversidade; as mudanças nos padrões de uso da terra e a contaminação química, são só algumas das terríveis manifestações de uma situação completamente inédita para a humanidade: O caminho até a decomposição das condições naturais da produção e reprodução.
O criminoso sistema capitalista é o culpado, sem dúvida, dessa crise climática que nos leva ao colapso. 97% da comunidade científica especializada em condições climáticas confirma a origem antropogênica do aquecimento global.
Há alguns anos os capitalistas negavam abertamente as mudanças climáticas, e mesmo hoje Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, juntamente com outros representantes do novo fascismo como o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, o [partido] Vox e os ultra-direitistas europeus, mantêm essa posição abertamente negacionista.
O sistema capitalista é um sistema de classes baseado na propriedade privada dos meios de produção, na exploração da força de trabalho alheia, e na extração dos recursos naturais… Portanto, não há saída alguma à mudança climática que não implique na queda do capitalismo.
No entanto, nem todos os defensores do capitalismo se apresentam como energúmenos negacionistas. Hoje grandes empresas, grupos financeiros, fundos de investimentos e partidos políticos de governo, representantes genuínos do sistema capitalista, acompanhados por Organizações pseudo-ecologistas pretendem promover um New Deal Verde que nos salvará do colapso do clima com um capitalismo verde de energias renováveis para continuar promovendo o consumismo cego, surdo e individualista que tanto os beneficia. Um novo “paraíso” de consumo verde, cheio de precariedade e opressão, que manterá “o sistema de mercado”.
Nós, das organizações sindicais que compomos o Bloco Combativo e o Bloco de Classe, não participaremos dessa enteléquia, pois estamos envolvidos na luta real contra as mudanças climáticas e, portanto, na luta contra o sistema capitalista. Sabemos que não são mobilizações por reivindicações meramente trabalhistas, mas a classe operária se caracterizou por ser solidária e defensora das causas justas e damos a vida por isso.
Portanto, vamos nos reunir e fazer parte das mobilizações do próximo dia 27 de setembro [Greve Mundial pelo Clima].
Lutamos para acabar com o capitalismo antes que o capitalismo acabe com a vida no planeta.
BLOCO COMBATIVO E DE CLASSE (Alternativa Sindical de Trabalhadores, AST. Confederação Nacional do Trabalho, CNT C Sul. Coordenadoria Sindical de Classe. CSC. Plataforma Sindical EMT, Sindicato Congressista da Sanidade, SAS. Solidaridade Operária)
Tradução > Daitoshi
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agência de notícias anarquistas-ana
Suave impressão de asas
abrindo em tempo-semente
e pausa suspiro
Nazareth Bizutti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!