Faz mais de um ano que o anarquista Amadeu Casellas foi novamente preso provisoriamente e sem fiança, acusado de assalto violento a uma joalheria. Amadeu já havia cumprido mais anos de prisão do que havia sido condenado, e ainda hoje esse abuso na prisão não foi compensado. Aqui ele envia algumas palavras desde a prisão catalã de Brians I em Martorell.
Saúde companheirxs
Bem, como já sabem, estou preso desde 5 de junho de 2018, acusado de um crime de assalto com violência em Sabadell, Barcelona, pelo Tribunal nº 3 de Instrução de Sabadell.
No dia da prisão, eles arrombaram a porta da minha casa, os sicários dos Mossos de Esquadra [a polícia catalã], e não encontraram nada do suposto roubo de cerca de 300.000 euros, na verdade os sicários do Estado aparentemente estavam me seguindo há meses e eu estava indo de casa ao trabalho e de volta, raramente ao bar, entre outras coisas, porque eu não tinha dinheiro e porque minha mãe tem Alzheimer e não tinha tempo para muito mais.
O fato é que de nada serviu que estivesse trabalhando, de que eles não encontraram nada e que a própria vítima não me reconheceu no início, nem que seja um crime tipificado no código penal com uma prisão menor, de no máximo cinco anos, nem que eles me devem muitos anos, mesmo assim a juíza me decretou prisão provisória sem fiança, como resultado eu perdi meu emprego, todos os móveis, roupas, eletrodomésticos, carro, etc…
Para poder pagar a advogada, entre quatro amigxs estão arrecadando dinheiro para seu pagamento e eu, para variar e como sempre, aqui jogado, mas isso é o de menos.
Na prisão em que estou, Brians I, Martorell, mudou, mas para pior, já que tudo o que ganhamos com as lutas passadas foi perdido, e existem módulos nos quais os carcereiros não apenas torturam fisicamente prisioneiros com socos e espancamentos, mas também verbalmente e psicologicamente, e de fato, testemunhei alguns desses fatos. A comida é lixo, de má qualidade, fria, repetitiva, em pequena quantidade, enfim, uma merda. Os horários das oficinas com as do módulo são incompatíveis; portanto, os presos das oficinas não podem tomar banho ou comprar na lojinha do local, evidentemente a um preço mais alto do que o melhor dos estabelecimentos de todo o território. Em suma, um centro de extermínio de pleno direito, o que sempre foi. De tudo o que está acontecendo, a administração do centro, a administração geral, o Tribunal de Supervisão etc. estão cientes há meses porque eu mesmo lhes escrevi, e até agora com zero soluções.
Imagino que muitxs de vocês não tenham o ânimo de começar outra briga, e eu desde que saí em 2010, não parei, mesmo que seja verdade que no último ano não estive muito ativo por causa dos problemas familiares e econômicos que tive e tenho, mas estou ciente e mais agora que estou aqui novamente, que a luta continua e aqui estou.
Saúde e Anarquia
Amadeu
Martorell, domingo, 18 de agosto de 2019
>> Para escrever para ele:
Amadeu Casellas Ramón
C.P. Brians I
08365 Sant Esteve de Sesrovires
Tradução > Liberto
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!