Desde “Gargantas Libertarias“, estamos impulsionando esta campanha em solidariedade com o trabalhador da mina de ferro Rodney Álvarez, que está há oito anos preso por um crime que não cometeu. Sem julgamento nem sentença.
Rodney é acusado, sem provas, de assassinar seu companheiro operário Renny Rojas, durante uma assembléia de trabalhadores da Ferrominera [mina de ferro] do Orinoco no dia 19 de junho de 2011, que tinha como objetivo a eleição da comissão eleitoral do sindicato dessa empresa estatal. Testemunhas presenciaram e câmeras captaram o momento quando o diretor do sindicato e militante do PSUV [Partido Socialista Unido da Venezuela] Héctor Maicán executou três disparos contra a multidão, ferindo gravemente os trabalhadores Luis Quilarque e Renny Rojas.
Quando tentava fugir do local dos fatos, Héctor Maicán foi preso pelos efetivos da Guarda Nacional Bolivariana, que lhe confiscaram a arma. Em 10 de junho a Promotoria anunciou que Héctor Maicán estava detido por sua suposta responsabilidade na morte de Renny Rojo. Contudo, dois dias depois foi libertado sob regime de apresentação, por aparentemente não comprovação dos testes de balística. O que se tem denunciado desde Ferrominera do Orinoco é que a pressão e a gestão do outro Governador Francisco Rangel Gómez, estreitamente ligado às máfias sindicais do PSUV no Estado Bolívar, permitiram a libertação do verdadeiro responsável do crime, e a posterior incriminação de Rodney Álvarez como suposto autor dos disparos. Mas, os participantes da assembléia e as câmeras de segurança, relataram e demonstraram que Rodney Álvarez se encontrava longe do lugar onde ocorreram os disparos.
A burocracia estatal e sindical do Estado Bolívar precisava incriminar outro operário para libertar de qualquer responsabilidade penal o diretor sindical e militante do PSUV, Héctor Maicán.
Rodney Álvarez fazia parte dos trabalhadores que haviam promovido sob a liderança de Rubén González um sindicalismo independente e combativo na Ferrominera do Orinoco, realizando uma série de ações sindicais em defesa da negociação coletiva e de luta contra a terceirização.
A retenção de Rodney foi e é um modo de amedrontar os operários organizados e mobilizados de modo independente, sem subordinação ao governo.
O julgamento de Rodney Álvarez foi transferido ao circuito judicial de Caracas para debilitar a solidariedade ativa de seus companheiros de trabalho de Ferrominera do Orinoco, por isso se encontra detido no Estado de Miranda, preso por um crime que não cometeu. Está esperando julgamento há oito anos.
É evidente a depauperação das condiciones de vida do povo trabalhador venezuelano, mas estas circunstâncias se agudizam no caso da família de Rodney Álvarez por sua condição de preso político operário. A injusta detenção de Rodney Álvarez provocou sua demissão da Ferrominera do Orinoco e a retirada de seus filhos da unidade educativa dessa empresa estatal, apesar de Rodney nem sequer ter sido julgado pelo crime imputado na montagem judicial. Portanto, a esposa de Rodney Álvarez se viu obrigada a se mudar à zona mineira do Estado Bolívar para conseguir a remuneração necessária à subsistência de seus três filhos. Consequentemente, a mãe de Rodney Álvarez teve que assumir o cuidado de seus netos, os filhos do preso político operário.
No cárcere Rodeo II, que segundo o Estado é parte do “novo modelo” carcerário onde há garantias à integridade dos reclusos, Rodney sofreu três atentados contra sua vida. “Hoje, por causa disso, tenho a minha mão direita machucada onde o Estado se gaba de que o Rodeo II é um cárcere modelo, mas que não tem me garantido nem segurança nem atenção medica”. “Declaro-me em rebeldia”, disse em sua recente carta pública, onde, ademais, anuncia que: “faço do conhecimento público, à classe obreira e ao proletariado mundial, que me declaro em rebeldia, que tenho entendido que o réu perseguido por esse regime é a classe obreira, sou prisioneiro político, já que não vou seguir o jogo de meus captores, não assistirei mais aos tribunais, ao palácio da injustiça, já não vou seguir o jogo do juiz Paolette Guevara e do secretário do tribunal”.
Este caso nos parece uma expressão de violência do Estado, uma forma simbólica de querer atacar todas as lutas de base e independentes, uma violação dos direitos humanos que se tem perpetrado ano após ano, com crueldade sobre um humilde operário e assim sobre os/as trabalhadores do país, que hoje em dia são os que diariamente protestam pelas mesmas causas pelas quais em seu momento Rodney, junto com Rubén Gonzalez, se organizava; o respeito para as negociações coletivas e os direitos laborais. Esse é um caso que nos preocupa a todos/as. É por isso que nos parece de suma importância que nos somemos à campanha pela libertação de Rodney Álvarez, o trabalhador prisioneiro político mais velho do país! Podemos vizibilizar a campanha através de cartas, comunicados, vídeos, fotos, artes, cartazes, tuitaços com a hashtag #LibertadParaRodneyÁlvarez
Todas essas expressões de solidariedade podem ser enviadas para nosso e-mail apoyomutuovenezuela@gmail.com, que serão repassadas à família de Rodney.
Ou também podem ser enviadas diretamente à pagina de FB da campanha https://www.facebook.com/LibertadParaRodneyAlvarez/, ademais de seguir essa página para se manter atualizadxs com informações.
E que esta campanha sirva também para somar esforços para exigir a libertação do trabalhador Rubén Gonzalez e de todos os prisioneiros político do país, exigir respeito aos direitos humanos, as negociações coletivas e o direito a salários justos!
Que a voz de Rodney Álvarez ecoe em todo o país e no mundo!
Fonte: https://gargantas-libertarias.blogspot.com/2019/08/campana-de-solidaridad-por-rodney.html
agência de notícias anarquistas-ana
As nuvens do céu –
o céu do infinito
eu de nenhum lugar
Stefan Theodoru
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!