• Eram uns anarquistas que se viram presos em Zaragoza após o Golpe de Estado de 1936. Seu lema era: “Não podes perder mais, só podes perder a vida”
• Ante a fortíssima repressão exercida sobre os ativistas de esquerda, decidiram organizar uma rede de evasão clandestina
• A Asociación por la Recuperación da Memoria Histórica de Aragón (ARMHA) organiza uma marcha desde Fuendetodos até Zaragoza para homenagear a “Los Hijos de la Noche” pelas mesmas vias que percorreram durante a Guerra
por Álvaro Castrillo Schneiter | 27/09/2019
“Se esta história tivesse acontecido nos Estados Unidos, teríamos já um filme dos que enchem as salas de cinema”. Enrique Gómez, presidente da Asociación por la Recuperación da Memoria Histórica de Aragón (ARMHA), introduz com esta afirmação sua resposta a quem foram ‘Los Hijos de la Noche’, o grupo de foragidos que vão homenagear durante este fim de semana com uma marcha de mais de 40 km entre Fuendetodos e Zaragoza, com posterior comida e música.
‘Los Hijos de la Noche’ eram uns anarquistas que se viram presos em Zaragoza após o Golpe de Estado de 1936. No início não haviam planejado nada, mas ante a fortíssima repressão exercida sobre os ativistas de esquerda decidiram organizar uma rede de evasão clandestina para tirar as pessoas suscetíveis de serem executadas pelas forças nacionais. Gómez explica como “ninguém em Zaragoza imaginava que a repressão iria ser tão brutal”. “Havia um sistema de checagem perfeitamente organizado que fuzilavam sem o menor escrúpulo e ao mais puro estilo rifenho a todo aquele que fosse suspeitoso de ser republicano, libertário ou o que fosse. Uma limpeza como a que descreviam Franco, Queipo de Llano e Mola quando falavam de que iriam acabar com dois milhões de espanhóis”.
Ante esta repressão, desde outubro de 36 e até fevereiro de 37, ‘Los Hijos de la Noche’ decidem organizar uma rede de evasão de Zaragoza. “Montaram uma rede de evasão clandestina para poder tirar o maior número de pessoas possível. Primeiro organizavam o grupo e os subiam até os montes de Torrero, curiosamente não muito longe de onde os franquistas tinham seu paredão de fuzilamento, e desde aí, esquivando patrulhas e controles, os levavam até o povoado fiel à república mais próximo, que era Fuendetodos. O faziam em duas fases: primeiro saíam de Zaragoza e iam caminhando até o barranco del Diablo, onde pernoitavam para seguir no dia seguinte até Fuendetodos. Uns 42 km no total com um lema que dizia “Não podes perder mais, só podes perder a vida“, explica Gómez.
Segundo Gómez, esta rede conseguiu tirar da cidade a umas 4.000 pessoas de todas as filiações políticas ameaçadas e acrescenta que “houve um ponto culminante quando se disfarçaram de falangistas e fecharam o bairro de Torrero pela ponte do canal para poder tirar mais de cem pessoas até que os sublevados se deram conta do engano e subiram por eles. Por sorte não os encontraram”.
Gómez lamenta não conhecer a quantidade de participantes nem a identidade deste grupo, já que levaram a clandestinidade até suas últimas consequências, e explica que “sabemos deles graças a alguns testemunhos e a única fonte bibliográfica que nos ficou é o livro Por qué perdimos la Guerra, do conselheiro de Economia da Generalitat, Diego Abad de Santillán, onde os referencia como grupo, mas não individualmente”.
Voltar a Zaragoza desde Fuendetodos
ARMHA e outras organizações prepararam uma marcha em homenagem a ‘Los Hijos de la Noche’ chamada “Senderos de Libertad”, que parte este sábado às 19 horas desde Fuendetodos e, após passar a noite ao relento, entrará em Zaragoza no domingo por volta das 9 horas por Torrero, em sentido inverso ao que realizavam os que se evadiam. Na cidade se celebrarão atos de caráter festivo a partir das 12 horas para reivindicar a este grupo de foragidos e divulgar sua história.
Entre estes atos destaca a comida popular, paella, e bebidas que acontecerão no parque da Paz e as atuações musicais nas quais participam Andebán, o coro libertário, além de poesia que farão o ambiente para receber os caminhantes na sua chegada à cidade pelo cemitério de Torrero.
Fonte: https://www.eldiario.es/aragon/sociedad/Hijos-Noche-anarquistas-Zaragoza-ejecutadas_0_946656077.html
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Um sopro de brisa —
A barra da cortina
suave, ondulando…
Guin Ga Eden
esses boçais de direita são imbecis desde sempre!
Que gratificante saber desse fato histórico.. Nós anarquistas, somos a única salvação da sociedade, contra essa matrix, contra esse sistema que mata inocente todos os dias.. aos irmãos de todo o mundo, coragem e disposição sempre!