por Marcelo Tuvuca Freire | 17/10/2019
Quem vê a inscrição Nosso Sítio no portão após sete quilômetros de estrada de terra em Mogi das Cruzes (SP) não desconfia que atrás dele se esconde uma boa parte da história do anarquismo no Brasil.
Envolta pela área de proteção ambiental na Serra do Itapeti, a chácara acolhedora parece até uma propriedade privada bem burguesa, de tanto apreço dos anfitriões em preservar as características naturais do lugar. Mas uma conversa com Cid Gabriel, um dos sócios do lugar e morador, traduz como mentalidade anarquista está impressa nos 12 hectares do local.
A vivência em comunidade em meio à natureza está nas origens do Nosso Sítio desde que seus fundadores (pouco mais de uma dezena de militantes) idealizaram o local na década de 1930. Ele foi aberto em 1939 no Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo, driblando a repressão do período mais duro do regime autoritário de Getúlio Vargas (1930-1945).
Em 1966, com outra ditadura perseguindo os opositores, a sede do grupo mudou para Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Em 2013, o sítio virou refúgio para outro grupo: os black blocs invadiram a propriedade e a transformaram em “campo de treinamento”.
A luta inglória dos anarquistas é simbolizada pelo moinho e as estátuas de Dom Quixote e Sancho Pança, deixados no sítio pelos imigrantes espanhóis do início do movimento no Brasil.
Anarquista por natureza
Os fundadores se identificavam com conceitos como o ecologismo e o naturalismo, em uma época que ainda não se falava em sustentabilidade ou aquecimento global – não nesses termos, pelo menos. Mas o aspecto que mais chama a atenção é que eles também eram figuras centrais do movimento anarquista brasileiro, informação desconhecida até de pessoas que conviveram anos e anos no local. E a orientação libertária, com vínculos ideológicos com o ambientalismo e o coletivismo, permanece viva no Nosso Sítio.
A ligação com o movimento é tão central que ainda hoje a Sociedade Naturista Amigos da Nossa Chácara (SNANC) tem relações diretas com o Centro de Cultura Social, a sede dos anarquistas em São Paulo e palco de palestras e debates sobre temas sociais.
>> Para ler a matéria na íntegra, clique aqui:
agência de notícias anarquistas-ana
em vão espero
as desintegrações e os símbolos
que precedem ao sonho
Jorge Luis Borges
Estudo sobre educação anarquista. Como faço para conhecer o local?
Grata.
contatos:
CCS
Rua General Jardim, 253, Sala 22 (próximo ao metrô República )
ccssp@ccssp.com.br | http://www.ccssp.com.br
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