“Porke este mundo arde
Ke toda sua normalidade exploda
Ke a memória e a resistência
Tenham o kontrole total da rua!!”
Tenho feliz reenkontrando no formoso fogo da Revolta o rosto de todxs minhxs irmãxs mortxs.
Todxs xs ke konheci e kom akeles ke kompartilhei momentos de realização ilegal através de dias e anos de subversão e ke hoje nos olham do universo e das estrelas, voltam karregadxs de ira, karregadxs de força kom a ancestral newen da mapu [força da terra em mapudungún] na transgressão total da normalidade e da paz social dos rikos.
Também vejo todxs xs kompanheirxs ke não konheci mas respeito suas entregas e insistências ke fizeram ke seus nomes serão tatuados com fogo na recente memória da Insurreição permanente.
A polícia, os políticos, os padres, os empresários, os burgueses, os nazis e fachos, os bastardos de toda espécie e toda sua moralidade foram golpeadas várias vezes desde sexta-feira passada, 18 de outubro, incessantemente komo uma vingança indescritível por tantos anos de miséria e submissão em um momento sem precedentes na história dos últimos 30 anos neste território.
Aki, o transbordamento e a ruptura total de tudo o ke representa a Autoridade é uma prátika kontínua desde akela sexta de fogo em ke da evasão do pagamento da passagem do metrô, passamos a incendiar e sakear tudo em nosso kaminho.
São milhares em todo o Chile, mas klaramente kom diferentes perspectivas e motivações.
A imensidão desta avalanche histórika é um fato e faz de nossos longos dias de prisão talvez os mais felizes.
A kontradição é inevitável, mas real: encerradxs mas kontentes porke estamos na rua em kada ato de sabotagem, de ira, de komplô, de vingança e ilegalidade vivendo está experiência únika ke fomos kapazes de parir kom silenciosos e konstantes dias, meses e anos de konspiração junto com todxs xs ke konhecemos de distintas gerações e ke hoje conhecemos na rua agindo.
Porke nunka retrocedemos, porke sempre esperamos este momento para prolongar nossa guerra kontra o existente, porke mil vezes sonhamos e desejamos intimamente kom loukura: Em kuestão de dias o País dos poderosos komeçou a tremer pela fúria inkontrolada dxs oprimidxs e exploradxs ke rekuperam sua vida através da dignidade ke komeça a fazer sentido komum, komportamento kotidiano e ação de muitxs.
A merda ainda no poder teve ke mandar seus sikários profissionais pras ruas… não, não, não, não é o Iraque, Haiti, ou nos Balcãs: É o Chile em outubro de 2019.
20 mil milikos do sanguinário e kovarde exército do chile nas ruas, mais policiais em suas duas variantes komeçaram o inevitável massacre.
Aos olhos do mundo, abusando e violando mulheres, torturando, assassinando, provocando incêndios e sakes para justificar a necessidade social de sua presença, golpeando e atacando akelxs ke lutam assim komo a população não mobilizada.
É a única resposta ke oferecem, e é isso ke devemos kontemplar lembrando a experiência histórika ke temos kom a kontrainsurgência komo garantia da ordem e da lei e komo último reduto moral de sua pátria pútrida.
De uma maneira ou de outra, a extensão e radikalidade do komportamento da Revolta vai konfigurando a ação de fato de uma guerrilha urbana multiforme ke definiu objetivos klaros para serem golpeados.
É nessa experiência ke a aprendizagem vai permitindo enkontrar kaminhos assim komo precisar nossas frakezas krônikas… é a oportunidade de dar kontinuidade às prátikas antagônikas de atake à normalidade do existente, elevando nosso olhar, bem komo as potencialidades da luta antiautoritária. Este momento exige; toda a experiência de ontem e de hoje nos serve komo arsenal teóriko-prátiko para seguir em nossa insistência subversiva até ke todxs sejamos livres.
Ninguém tem a certeza da duração desse momento kaótico de transbordamento.
Kuase o país todo ainda permanece sob estado de emergência e toke de rekolher.
Enquanto estamos na prisão, não estamos mais ou menos segurxs ke na rua. É klaro somos reféns do Estado e do kapital e nossas vidas hoje são de responsabilidade dakeles ke nos mantêm presxs kom suas artimanhas jurídicas ke pretendem perpetuar nosso konfinamento.
Mas kom força e profunda alegria posso dizer ke me vejo em kada Barricada, em kada sake, gritando os nomes de nossxs kompas kaídxs, provokando incêndios, assustando a kortina da vingança, resistindo e atakando xs repressorxs, rekuperando o ke necessitamos, estreitando kumplicidades kom todxs xs ke não cessam nem se detém.
São tempos de luta e konvikção, de elevar nossos níveis para o kombate tomando todos os kuidados para isso.
Kom fortaleza e konfiança, kom ekilibrio e temperança, kom toda a força de nossas konvikções insurrektas.
Um belo momento para kontinuar neste kaminho chamando à Guerra Social.
Desde a prisão kom o punho no alto.
Presxs às ruas: ruas para a Insurreição!!
Kontra o Estado, a Prisão e o Kapital: Guerra Social!!
Enquanto houver miséria haverá rebelião!!
Marcelo Villarroel Sepúlveda
Prisioneiro Libertário
24 de outubro de 2019.
agência de notícias anarquistas-ana
Cresce a erva do tempo, devagar,
brota do chão
e me devora.
Thiago de Mello
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!