[Chile] Santiago: 14º dia de revolta social

Quinta-feira, 31 de outubro de 2019

DUAS SEMANAS DE FOGO!

Desde o início da manhã, os manifestantes ocupam a Praça Itália, à medida que a hora avança, o local vai se enchendo. Em uma estranha mistura de pessoas disfarçadas, encapuzados, manifestantes e vendedores de todos os tipos com seus postos. Alguns caminharam até chegarem a La Moneda, sede do Governo, e foram dispersados por blindados com canhões de jatos de água. Os violentos confrontos entre encapuzados e lacaios continuam a ocorrer por várias horas.

Com apoio mútuo e auto-organização, os manifestantes fazem uma pirâmide humana e coletivamente apagam o fogo que uma bomba de gás lacrimogêneo produziu em uma palmeira chilena na Alameda, a principal via de Santiago. Outros manifestantes conseguem derrubar um drone da polícia no Passeio Bulnes, atacando um ponto-chave da repressão: a vigilância.

Em Iquique manifestantes queimam um pedágio. Em Chiloe, manifestantes atacam a prefeitura e a casa do prefeito de Angol. Em Valparaíso, um encapuzado subiu no teto de um blindado com canhão de jato de água e, enquanto andava, o canhão de água foi inutilizado.

Desconhecidos queimaram uma arena em Copiapó, local de maus-tratos aos animais usados para rodeios.

Alguns dias atrás, era esperada a chegada de observadores internacionais de direitos humanos da ONU, Anistia Internacional etc. Muitos tinham uma esperança ingênua de que, com a chegada deles, a brutalidade policial terminaria. A dura realidade: um observador do INDH (Instituto Nacional de Direitos Humanos) foi atingido por um disparo de uma espingarda. E a realidade são os disparos indiscriminados contra crianças, avós, manifestantes pacíficos e encapuzados. Pessoas mortas por paus, estupros, abusos sexuais, torturas, desaparecimentos e assassinatos por parte de agentes do Estado.

O Ministério da Educação anunciou o cancelamento da prova SIMCE por medo de se convocar boicotes de estudantes, pais e professores.

Sedes diplomáticas do Chile são atacadas em Bruxelas e na Itália.

As instâncias de organização horizontais e autônomas de bairros continuam se multiplicando.

Honra a todos os nossos mortos e desaparecidos na Revolta! Não estamos todos, faltam os presos!

MORTE À ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE E QUE VIVA A ANARQUIA!

N.T.

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agência de notícias anarquistas-ana

a cerca já era
coroa de rosas
entre chifres do touro

Nenpuku Sato