A okupa Bouboulinas foi despejada na terça-feira (12/11) por volta das 6 horas da manhã, depois fomos transferidos para Petrou Ralli e à noite eles nos dividiram em 4 ônibus e deixaram uma família e uma mulher solteira “livres”, sem casa em Atenas.
Rejeição para acabar em um campo de concentração
Os 4 ônibus estavam indo para o centro de detenção Amygdaleza. Quando nós percebemos para onde fomos levados, nos recusamos a sair dos ônibus, todos nós. Nós recusamos porque sabíamos das condições de lá, ninguém iria querer ficar mais do que 24 horas naquele lugar. Nós passamos a noite sem comida e água, no escuro.
Rejeição a ser deportado para áreas remotas
De manhã, os policiais disseram que chegaram a um acordo e nos colocariam em campos muito distantes de Atenas. Nós que estávamos em 2 ônibus que deveriam ir para a região de Tessalônica recusamos ser deportados e perguntamos a eles por que deveríamos ir para lá. Eles disseram que iam nos colocar em um tipo de prisão de qualquer jeito porque nós roubamos eletricidade e que ficaríamos a 5 horas de Atenas. Nós nos levantamos completamente contra essa decisão. Eles disseram que nos levariam de volta para Atenas, mas na verdade eles nos deixaram no meio do nada a 10 km do metrô mais próximo e nos disseram para caminharmos sob a chuva.
De volta a Atenas
Aqui em Atenas temos uma vida, alguns de nós estudam, vão para escola, conhecemos pessoas. Enfim, a vida é melhor aqui do que lá, aqui é a capital, nós temos mais oportunidades.
Queremos lutar pela nossa vida. Não queremos piedade. Não queremos ser tratados como animais. Não queremos que eles cozinhem para nós uma comida de merda, não precisamos disso. Rejeitamos a deportação para áreas remotas. Nossa única forma de decidir sobre nossas vidas é estar aqui em Atenas.
Necessidade de apoio urgente
Vivíamos em okupas porque o dinheiro que o Estado nos dá não é suficiente para alugar um local e nos alimentar, e nos lugares que o Estado se propõe a nos levar, as piores condições estão nos esperando. Contudo, antes deles nos deixarem, os policiais prometeram que se eles nos achassem em uma okupa de novo eles nos levarão para a prisão.
Agora estamos de volta a Atenas, não temos casa e viemos para a Universidade Politécnica porque sabemos que encontraríamos pessoas lá que nos ajudariam. Precisamos de apoio agora, porque nós não sabemos o que acontecerá a seguir, especialmente se os policiais vierem nos pegar, não sabemos o que eles fariam conosco.
NINGUÉM DEVERIA ESTAR NOS INFERNOS DOS ACAMPAMENTOS
NÓS LUTAREMOS PELA LIBERDADE E PELO CONTROLE SOBRE NOSSAS VIDAS
NÓS PEDIMOS POR AJUDA AGORA NA POLITÉCNICA
NÓS PRECISAMOS DE PESSOAS, COBERTORES, ROUPAS QUENTES E ALIMENTOS
Bouboulinas, 13 de novembro de 2019.
Tradução > Brulego
agência de notícias anarquistas-ana
Parou de chover:
No ar lavado, as árvores
Parecem mais verdes.
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!