As pessoas que tentam entrar na Europa em busca de proteção pela região do Egeu enfrentam uma violenta repressão. Embora isto não seja novidade, atualmente observamos um agravamento da violência, dado que a Turquia e a Grécia jogam um jogo perigoso com a vida das pessoas. O instinto de sobrevivência e a esperança de muitxs por um futuro melhor são explorados e manipulados para manobras políticas cínicas. A Grécia declarou agora um estado de emergência e remove o direito das pessoas de reivindicar asilo.
Do lado grego, a situação é devastadora, todos os dias: Centros de detenção superlotados e campos onde milhares são forçadxs a sobreviver a condições desumanas. As forças policiais de intervenção transferiram-se secretamente para as ilhas gregas de modo a reprimir xs habitantes locais com gás lacrimogêneo e cassetetes. Forças policiais de choque, juntamente com soldados e esquadrões antiterroristas, disparam canhões de gás lacrimogêneo e canhões de água contra refugiadxs que tentam entrar pela fronteira terrestre. Aquelxs que conseguem chegar à Grécia enfrentam prisão por meramente atravessarem a fronteira. Barcos são atacados no Mar Egeu por homens mascarados e são impedidos de desembarcar em portos gregos por fascistas.
Na Turquia, do outro lado da fronteira, a situação é igualmente cruel: Em resposta às fatalidades turcas em Idlib, o presidente Recep Erdoğan anuncia a “abertura” das fronteiras e milhares de pessoas seguem o seu chamado e dirigem-se à Grécia, na esperança de finalmente encontrar segurança. Elxs entram em ônibus brancos, supostamente fornecidos pelo governo turco, mas acabam presxs na zona de fronteira entre a Turquia e a Grécia, detidxs por forças armadas e veículos do exército.
Apesar deste atual agravamento, é claro que os bloqueios e os abusos violentos ao longo da fronteira são fenômenos diários, não exceções. Mas, geralmente, eles visam grupos menores, não uma multidão tão grande. Normalmente, a sociedade civil não consegue ver como é que estas violações dos direitos humanos se desenrolam, como agentes da polícia e do exército se posicionam no caminho das pessoas, impedindo-as de pisar em solo da UE e de exercer o seu direito de pedir asilo.
A Europa adota uma política de “portas fechadas”, imposta pelo governo de direita na Grécia, que envia a policia de intervenção e forças especiais para impedir as pessoas de escapar à guerra, ao conflito e à fome e visa suspender-lhes temporariamente o direito de reivindicar asilo e deportá-las imediatamente aos países de origem. Já vimos imagens de navios de guerra da OTAN a patrulhar o Mar Egeu, juntamente com guardas de fronteira de toda a Europa em missões da Frontex.
Não aceitaremos esta guerra europeia contra pessoas que buscam proteção! Não ficaremos em silêncio, quando políticas repressivas contra a migração dão espaço ao fascismo!
Temos visto pessoas a ser violentamente enviadas de volta à Turquia, onde são detidas ou até deportadas para lugares onde enfrentam guerra e perseguição. Temos visto pessoas a afogarem-se no Mar Egeu ou no rio Maritsa. Temos visto corpos desidratados, congelados e irreconhecíveis de mães, pais e crianças. Também vimos pessoas a morrer nos campos de refugiados da Europa devido a condições desumanas – bebês a morrer de desidratação, falta de assistência médica adequada e desespero a levar pessoas a cometer suicídio.
Mas também vimos pessoas “em movimento” reivindicando os seus direitos e a solidarizar-se com xs locais contra estas políticas repressivas. Ouvimos as suas vozes intensas gritando unidas pela liberdade. Vimos pessoas marchar através das fronteiras contra todos os obstáculos e contra o violento regime europeu de fronteiras.
Vamos-nos unir contra esta crueldade! Vamos levantar as nossas vozes para contar as histórias que não são contadas, mostrar as imagens que estão escondidas do mundo! Não vamos parar de denunciar os abusos violentos nas fronteiras da Europa e não vamos parar de lutar por outro mundo com liberdade de circulação!
Direitos iguais para todxs! Ninguém é ilegal!
Paremos as mortes nas fronteiras! Paremos as políticas racistas e a violência fascista!
Fechemos os centros de detenção, pontos de acesso e outros campos e casas abertas!
Sem Fronteiras!
w2eu – infomobile Greece and WatchTheMed Alarm Phone
Tradução > Ananás
agência de notícias anarquistas-ana
O grito do faisão –
Que saudade imensa
De meu pai e minha mãe.
Matsuo Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!