[França] Repressões na Grécia – Solidariedade. Noite de apoio e discussão

Com refeição a preço justo, boa música e coleta de doações (ferramentas; curativos)

Manifesten, 59 rue Thiers; sexta-feira, 6 de março – 20h

Desde junho de 2019, e do retorno do Nea Dimokratia (Nova Democracia) ao poder, a Grécia vive uma onda de repressão sem precedentes. Desde julho, as primeiras leis já dão o tom: fim do “asilo universitário”, corte das ajudas aos refugiados (retidos em massa desde a primavera de 2016, nas ilhas e principalmente no gigantesco campo de refugiados de Moria, em Lesbos, com cerca de 35.000 habitantes, ou seja, mais que os habitantes da ilha), acabar com os squats de anarquistas e refugiados no território. Até um ultimato simbólico e beligerante em 5 de dezembro, às vésperas da evocação da morte de Alexis Grigoropoulos (morto por um policial em Exarchia em 6 de dezembro de 2008). Desde o final de agosto, a onda de repressão e a onerosa segurança conduziram:

• ao recrutamento de mais de 1500 policiais suplementares, em particular 1200 especificamente dedicados à circulação, que patrulham em todos os lugares, principalmente em Atenas: a unidade Delta, equivalente às tropas de choque, mas pior, acionada cotidianamente e não para manifestações;

• à desocupação de 17 a 20 espaços ocupados, por refugiados (Spirou Trikoupi, Bouboulinas, entre outros), por anarquistas (Gare, Vancouver, Koukaki…), e inúmeros procedimentos legais decorrentes;

• ao confinamento de incontáveis imigrantes, em centros de retenção, nos campos de refugiados ou diretamente em prisões; às mortes quase cotidianas em Moria e às rebeliões reprimidas ainda no início de fevereiro;

• ao investimento no BTP, amigo do poder, para construir campos de refugiados e fechar o conjunto daqueles ainda semiabertos em Atenas, em Tessalônica e nas ilhas;

• a medidas sempre mais racistas e delirantes, como o projeto de barreira flutuante anti-imigrantes ao longo de Lesbos, anunciado no início de fevereiro, ou a recusa de transferir várias dezenas de crianças atingidas por patologias graves e que não podem ser tratadas nas ilhas onde estão retidas;

Se as incursões da unidade Delta e da polícia especial são agora cotidianas em Exarchia, com suas detenções e encarceramentos arbitrários; se uma boa parte dos squats para imigrantes foi desocupada; e se a maioria das ONG enfim fizeram as malas, as manifestações de solidariedade e de resistência continuam.

Dos evacuados de Bouboulinas que recusaram a remoção para campos de refugiados e que ocupam agora uma ala da escola politécnica onde tudo está em falta (a escola simbólica onde, apesar do fim do asilo universitário, a polícia receia se render) aos squats de imigrantes não evacuados como Kaniggos, onde uma ONG espanhola cessou as doações de mantimentos no verão e onde a companhia de saneamento interrompeu o fornecimento de água, a situação segue a mesma. E a solidariedade é mais que nunca necessária.

Quanto aos jardins compartilhados e ocupados de Kouvelos e aos squats de Paneitoliou e Matrozou em Koukaki, a repressão do Estado está, lá também, indo de encontro à resistência. Em Koukaki particularmente, a primeira operação prevista para findar a primeira onda de desocupações lidou com uma chuva de pinturas e de móveis de todos os tipos sem conseguir tocar em um único ocupante. Mas fechando os squats. A segunda operação, contra a reocupação das duas construções por seus habitantes, em 11 de janeiro, conduziu a uma batalha de várias horas e a manifestações de solidariedade em frente aos locais. Blocos de concreto contra drones, helicóptero e fechamento do bairro terminaram, dessa vez, com a detenção dos ocupantes, com inúmeros feridos e com onerosas cargas em processos que virão em maio.

Após uma primeira noite de solidariedade para com essas lutas no final de janeiro, algumas centenas de euros foram distribuídas entre a assembleia aberta dos coletivos e squats de Atenas, para o apoio aos indiciados de Koukaki, e entre os habitantes de Kaniggos. Em 6 de março, em Ivry (Paris) e em Marselha, que venham muitas e muitos exprimirem essa solidariedade contínua para com os camaradas e amigos refugiados em luta em Atenas… para o apoio aos prisioneiros e aos perseguidos após as desocupações, e para a ajuda logística aos squats de refugiados de Kaniggos, Gini e outros, em função dos contatos e ações no local.

A solidariedade é a arma do povo! Yamas! Que i batsi macri yamas!

Fonte: https://mars-infos.org/repressions-en-grece-solidarite-4849

Tradução > Dienah Gurhühor

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Célyne Fortin