Roberto Ambrosoli (Milão 1942 – Turim 2020) aproxima-se do anarquismo nos tempos do colégio, em Milão, junto ao grande amigo de sua vida, Amedeo Bertolo. A primeira manifestação pública da qual participam é em frente ao consulado milanês da Hungria, em solidariedade aos revoltosos de 1956.
Com o 68, Roberto participa da retomada internacional das ideias e dos movimentos anarquistas e nesse contexto do “nascimento de Anarchik”.
Por um quarto de século, desde então, é um ativo militante anarquista em Turim, para onde se transferiu e ensina microbiologia agrária na universidade.
Contribui para a coletânea “Anarquismo 70″: uma análise nova para a estratégia de sempre” (Edições Antiestado, 1973), escreve numerosos artigos em “A”, “Volontà”, “Interrogations”, “Libertaria” e traduz alguns livros para as edições de Elèuthera.
Desde o início dos anos 90 retira-se para a vida privada, mantendo sempre relações com os velhos companheiros e continuando, em “A”, a episódica publicação das charges de Anarchik.
No ano passado, em coedição com Hazard Edições, sai “Anarchik – Farei do meu pior”, a coletânea do melhor (ou pior) de seus quadrinhos (disponíveis em nosso site). Enquanto saiu o livro, uma trombose ocular o deixou quase cego e foi constrangido a interromper a sua tirinha.
Roberto rejeitava qualquer hipótese de copyright para o “seu” personagem e brilhava cada vez que sabia ou via que era reproduzido, mesmo que com outras características gráficas.
Como um verdadeiro libertário, interessava-lhe somente que o personagem, interpretado como fosse, contribuísse para difundir as nossas ideias e a crítica do poder. Sem nenhuma vaidade pessoal.
A redação de “A” o recorda com simpatia e afeto, como uma pessoa alegre e profanadora, um verdadeiro “companheirão” de análises lúcidas e de grandes risadas.
Anarchik permanece seguramente órfã, mas não sendo Ambrosoli-dependente continuará, no decorrer do tempo, fazendo o seu próprio pior. Por isso, o nosso obrigado coletivo ao Roberto é ainda mais sentido.
A-Rivista Anarchica
>> Imagem em destaque: A última tirinha de Roberto Ambrosoli que apareceu na “A” 437 (outubro de 2019).
Tradução > Carlo Romani
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!