Antonio González Pacheco, conhecido como “Billy el Niño” faleceu vítima do Covid 19 em Madrid
Esta pandemia está gerando, desgraçadamente, muitos óbitos. Habitualmente as notícias que nos chegam nos entristecem. Mas nem sempre pensamos que é tão injusta a vida com quem falece. Hoje (07/05) morreu um torturador confesso e não arrependido. Confesso, porque centenas de pessoas testemunharam sobre as torturas que receberam nas mãos da polícia franquista e sob a direção deste pistoleiro, por isso seu apelido de “Billy el Niño”.
Se foi um ser cinzento e medíocre, mas muito violento, que se dedicou, como atividade profissional, a torturar os que tentavam combater o regime franquista após mais de 3 décadas de ditadura. Se foi alguém que, como se demostrou na atualidade, estava protegido pelo Estado pelos “bons serviços” realizados. Daí as medalhas que engordavam seu ego e sua pensão de funcionário das forças repressivas. Por isso, nem com um governo “progressista” no qual se encontram declarados inimigos, a impunidade franquista, foi público o expediente de ouro deste criminoso, nem foram retiradas as medalhas que conseguiu por torturar.
Hoje é um dia muito triste para a justiça. Morreu um imputado em um processo de direitos humanos sem que se tenha realizado uma investigação correta sobre os delitos cometidos por González Pacheco e outros, pelas travas postas pelo sistema judicial e o governo. E assim, as querelas interpostas contra ele também morrem ao decair a responsabilidade penal. Mas não acontece o mesmo com as causas contra o franquismo mantidas vivas pelas vítimas. Primeiro porque a estratégia de perseguição aos antifranquistas não ocorreu por causa de Antonio González Pacheco, por mais sádico e doente que estivesse. As torturas infligidas às pessoas que militavam em agrupações e associações contra a ditadura e pela liberdade eram ordenas pelo sistema repressivo do regime franquista em um plano sistemático e organizado para debilitar a oposição ao caudilho. Assim, junto com Pacheco (que foi o mais conhecido por seu exibicionismo natural), há mais policiais denunciados nas querelas apresentadas nos Tribunais da Plaza de Castilla. Por isso, não põem terminar os processos abertos nos quais “Billy el Niño” seja um dos acusados. E, além disso, as vítimas das torturas e os que as apoiam nesta luta não vão parar até que se faça justiça e se declarem delitos de Estado aquelas torturas cometidas para blindar o regime do ditador. Apesar de suas surras, as ideias dos que lutaram contra Franco não foram enfraquecidas mas ficaram fortalecidas, e com a comunidade conseguida com a “Querella Argentina” a rede se tornou mais extensa.
A CGT só lamenta que tenha sido o “coronavírus” e não os tribunais que tenha feito justiça com a vida deste lamentável sujeito que desfrutava da vida boa produzindo dor física e psíquica em suas vítimas, e que nunca mostrou o menor arrependimento pelos crimes cometidos. Mas o mais indignante é a impunidade que seguem desfrutando personagens como González Pacheco.
Sabemos que o franquismo não morreu.
CGT
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
as pálpebras da noite
fecham-se
sem ruído
Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!