Os protestos contra a violência policial, que vêm transformando Minneapolis em palco de confrontos, se espalharam nesta sexta-feira (29) por dezenas de cidades americanas. A revolta social começou na segunda-feira (25), após a divulgação de um vídeo que mostra o policial Derek Chauvin, que é branco, com o joelho no pescoço de George Floyd, negro – que morreu em seguida, após dar entrada no hospital.
Ontem, Chauvin foi preso e acusado de homicídio culposo, que pode levar a uma pena de até 25 anos de prisão. No vídeo de 10 minutos, gravado por uma testemunha, ele passa pelo menos sete com o joelho no pescoço de Floyd, mesmo após ele dizer que não conseguia respirar. O policial, de 44 anos, foi demitido no dia seguinte – juntamente como outros três colegas que participaram da ação criminosa.
De acordo com a polícia, os quatro foram designados para atender a um chamado em uma loja de conveniência às 20 horas (horário local) de segunda-feira. Floyd teria tentado usar um nota de US$ 20 falsa e resistido à prisão – todas as imagens divulgadas até agora, porém, desmentem a versão dos policiais.
Os protestos começaram quase imediatamente – a testemunha que gravou a abordagem transmitiu a ação ao vivo pelo Facebook. Nas três primeiras noites, os manifestantes incendiaram prédios públicos, queimaram carros da polícia e saquearam lojas. Na madrugada de ontem, colocaram fogo em uma delegacia de Minneapolis.
Manifestações contra a violência policial foram registradas também em outras cidades americanas. Em Nova Iorque, a polícia prendeu 70 pessoas na Union Square. Em Louisville, cidade mais populosa de Kentucky, sete pessoas foram baleadas em um protesto que incluía a morte de Breonna Taylor, uma negra assassinada pela polícia em março.
Em Columbus, a multidão invadiu e depredou o Congresso do Estado de Ohio. Manifestações também foram registradas em Denver, Memphis, Los Angeles, Albuquerque, Portland, Saint Paul – vizinha a Minneapolis, entre outras.
Em meio ao clima de revolta social, o presidente dos EUA, Donald Trump, insultou os manifestantes, chamando-os de “bandidos”, e incentivou o uso da força para conter os protestos. No Twitter, ele postou uma frase usada nos anos 60 por Walter Headley, chefe de polícia de Miami. “Quando saques começarem, os tiros começam”, escreveu o presidente.
Fonte: agências de notícias
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