As entradas dos Shoppings são guardadas por soldados da Guarda Nacional exaustos pelo sol. Depois de entrar, não se pode sair, tem de se ficar fazendo compras para sempre. Parques nos quais não se imaginaria uma manifestação agora são o ponto de encontro de uma revolta, o slogan que soa acima da multidão é um apelo para “Abolir a polícia!”. Embora se esteja enfrentando um exército, há um claro sentimento de esperança, como se este assassinato tivesse finalmente acabado com a névoa da ignorância, inação e medo. De repente, pode-se falar com qualquer pessoa na rua. A sociedade que ignorou este problema, apesar dos gritos de um povo institucionalizado, assassinado e mantido em guetos, finalmente permitiu a si mesma ter um espelho. Toda gente na rua parece ter escolhido um lado, ou estão com os policiais ou estão contra eles. Desde a sua criação, os Estados Unidos da América têm sido um projeto fundado sobre o racismo. Primeiro, com base no roubo e assassinato dos povos indígenas que viviam na Ilha das Tartarugas e depois com a escravidão e o comércio transatlântico de escravos. Nessa sujeira de violência e dominação racial, nasceu a instituição do policiamento.
Desde então, a polícia nos EUA tem sido um exemplo de discriminação racial, de práticas insanas de encarceramento, de violência supremacista branca e executora de um brutal monopólio de classe. Com o assassinato de George Floyd, a situação mudou, os anos de lavagem cerebral e manipulação impostos à população por falta de educação, por propaganda e falsa história foram removidos. Finalmente, a realidade parece ter quebrado a tela do espetáculo. Ficamos surpresos e orgulhosos com o fato de o povo dos EUA estar lutando contra um dos aparelhos policiais mais poderosos que já existiram na história da humanidade. Sentimos solidariedade nos nossos corações ao reconhecer a luta que estão realizando. Sentimos raiva quando os mesmos tipos de injustiças policiais são praticadas aqui. Somos o projeto de ocupação chamado Prosfygika, que abriga 500 pessoas de todas as esferas sociais. Negros, pardos, refugiados, migrantes, anarquistas, todos trabalhamos aqui por uma luta comum: a de criar comunidade.
A Grécia sofre os tormentos do policiamento racista, onde migrantes são detidos à primeira vista e são transportados silenciosamente para prisões e campos de concentração apenas porque vieram do lugar errado ou porque não tinham o pedaço de papel certo. As pessoas ficam desaparecidas das ruas, forçadas ao mercado negro ou mortas dentro das delegacias de polícia, tudo isto é executado e perpetradas pelo sistema policial racista. A violência policial racista é galopante e é uma das razões pelas quais o nosso projeto habitacional de ocupação está sob ameaça. Exortamos todos e todas a agir em solidariedade com o povo dos EUA e a agir no seu local: nas mesmas lutas que o povo dos EUA está lutando. Contra o racismo, contra a supremacia branca, contra a injustiça de um sistema que exige prisões e a violência policial e estatal. Nos solidarizamos com a luta pela libertação das negras e dos negros na América e em todo o mundo. Nos opomos à polícia em todas as suas expressões. Estamos juntos com todas as pessoas que tomam a vida e o mundo pelas suas mãos na luta pela liberdade.
Na terça-feira, 9 de junho, lançamos uma faixa em solidariedade com George Floyd e com todos os que lutam no 1º quarteirão da nossa comunidade ocupada na Avenida Alexandras. Descansa em Poder George Floyd! Não deixaremos que a tua morte seja em vão! Abolição da Polícia! Destruição do Estado, do Capital, da Supremacia Branca, do Fascismo e do Patriarcado! Pela Liberdade, Auto-Organização e Poder das Pessoas!
Fonte: https://athens.indymedia.org/post/1605625/
Tradução > Ananás
agência de notícias anarquistas-ana
Os banhos agora
Num dia sim, noutro não –
Canto dos insetos.
Konishi Raizan
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!