C o m u n i c a d o
Sábado, 20 de junho, é mais um dia de mobilização solidária com os refugiados¹. Serão feitos protestos e manifestações para apoiar e exigir o fim do ódio contra os refugiados.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) nos lembra que 79,5 milhões de pessoas se deslocam à força em todo o mundo. Esse número, como sabemos, é subestimado porque alguns países não dão o número de pessoas desenraizadas do seu meio, como a China, por exemplo.
Mais de dois terços dos refugiados são provenientes da Síria, Venezuela, Afeganistão, Sul do Sudão e Mianmar. Esses países são marcados pela pobreza, pela guerra e pelo ódio. Países que são frequentemente teatros de guerra entre grandes potências (EUA, Europa, Rússia, China).
As alterações climáticas, que ainda não existem para alguns, estão provocando o deslocamento forçado de populações. Só este ano, vários milhões de pessoas foram diretamente afetados pela seca, pela alta do nível da água ou por fortes chuvas.
Diante disso, temos países que fecham as suas fronteiras, excluem refugiados, perseguem, prendem, criminalizam, e permitem que eles se afoguem no mar, tudo isto com a cooperação das forças da ordem, da polícia, da guarda costeira e dos militares. É o que acontece na Europa e na França, em particular.
Alguns países estão mesmo negociando a prisão dos refugiados em campos num país vizinho com milhões de pagamentos de “ajuda”. Esta é a escolha da UE em relação à Turquia. Outros “estacionam-nos” em ilhas (Grécia, Austrália…). Os governos estão a transbordar de imaginação quando se trata de exclusão e humilhação!
Sabemos também que os seres humanos, sem esperar por ordens dos Estados, sabem como humilhar e explorar. Temos visto refugiados serem vendidos nos mercados da Líbia como escravos, até há pouco tempo.
Afirmamos em alto e bom som que estamos lutando pela destruição dos CRA (Centro de Detenção Administrativa) e de todas as estruturas de confinamento e controle.
Lutamos pelo acesso à saúde e à educação gratuitas para todos.
Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para acabar com as expulsões de ocupações e outros locais de vida, e lutaremos por uma habitação digna para todos.
Para a regularização imediata (por falta de melhor) de todos, aqui ou em outros locais. Ninguém é estrangeiro em lugar nenhum.
Pela liberdade de circulação.
Se estamos lutando pelo direito de viver livremente para todos no Globo, nos parece óbvio que teremos de ir ainda mais longe, até às raízes, para pôr fim a estas deslocações forçadas. Guerras, capitalismo, nacionalismos, ódios, poderes, fronteiras e, por conseguinte, nações são tudo coisas que devem desaparecer para que um dia os seres humanos sejam livres de viver onde quiserem, como quiserem.
Convidamos todos a participarem em peso nos protestos de 20 de junho em toda a França, e não só, para lutar com aqueles que apenas pedem o direito de viver.
A nossa pátria é o mundo, a nossa lei é a liberdade.
Viva a anarquia!
Relações exteriores da Federação Anarquista
[1] Este texto decide chamar “refugiado” qualquer pessoa em deslocamento forçado, sendo o termo migrante já uma forma de rejeitar aqueles que procuram refúgio.
Tradução > Estrela
agência de notícias anarquistas-ana
Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.
Guilherme de Almeida
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!