De 30 de outubro à 1° de novembro acontecerá um “Encontro Anarquista de mulheres, tortas, tortes, lésbicas, travas, trans, não-binárias e marikas”, segundo descreve o cartaz que desde algumas semanas é divulgado entre as redes militantes. Para falar-nos desta atividade, a realizar-se pela segunda vez, conversamos com Chechu, Mariana e Viviana, militantes anarquistas e feministas.
“Este encontro já é histórico, porque não é a primeira vez que se realiza, e se bem a primeira convocatória foi na Costa, no Terruño, a ideia é que abarque não somente pessoas do Leste, mas de todo o Uruguai”, começavam explicando.
O cartaz onde difundem esta atividade relata que este ano “deixa de ser um encontro de mulheres, para passar a ser um encontro de mulheres, tortas, tortes, lésbicas, travas, trans, não binárias e marikas” com o fim de “nos fortalecermos juntas, convidando-nos a tensionar nossas análises, nutrir nossas perspectivas e potencializar nossas projeções”.
“Como anarquistas, desprezamos profundamente o patriarcado, seu binarismo heteronormativo e todas as suas hierarquias, assim como o capitalismo e suas lógicas mercantis, pós-modernas e neoliberais que coopta a dissidência para convertê-la em diversidade”, continua, e finaliza convidando “a encontrar-nos como identidades políticas em luta contra este sistema patriarcal capitalista, seus defensores e seus falsos críticos”.
A que organizam este encontro? Elas vêm pensando em eixos temáticos, para os quais vão divulgando materiais e leituras no blog lequebuscaencuentrablogspot.com, abertos, ademais, a receber críticas e sugestões que melhorem a experiência que compartilharão dentro de alguns meses: “Nós estamos elaborando e pensando a partir desses textos, e depois quem quiser pode comunicar-se através do correio e mandar propostas para as oficinas que vão ocorrer”.
Segundo nos contavam as militantes, estes abarcam temas tais como o desejo, o gozo, a justiça punitiva, o extrativismo, a tecnologia, o aborto como monopólio estatal, as maternidades e a exploração sexual. “A ideia é propor eixos abertos para dar lugar a que todas as perspectivas entre nós possam ter um momento para se colocar, e poder dar as palestras desde um enfoque mais aberto, não como oposições nem posturas tomadas a priori”, comentavam.
Consultadas sobre o caráter exclusivo da convocatória, asseguraram: “Na realidade, antes de tudo é um encontro anarquista, depois vem a particularidade dos corpos submetidos de formas específicas ao capital e ao patriarcado”. Nesse sentido, se acrescentou que “a enumeração tem esse valor de que se a percebe a priori fechada ou aberta, dependendo desde onde se olhe, é um encontro separatista, porque entendemos que desta forma podemos construir e debater de uma maneira muitas vezes mais cômoda e empática, pelo fato de compartilhar certas corporalidades em lugares similares neste sistema”.
Até 31 de julho se receberão inscrições através do correio lequebuscaencuentra@gmail.com
Fonte: https://www.reactiva.com.uy/rumbo-al-segundo-encontro-de-mulheres-y-dissidências-anarquistas/
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Algumas pessoas.
Folhas caem também
Aqui e ali.
Issa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!